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Dia Cáritas ao estilo de pausa-blog (Neves)

Pausa-blog
 
 
Dou por mim muitas vezes a pensar na equipa constituída por Jesus. Vejo-a um bocadito à maneira daquele Colégio alemão de que fala o Pe Vaz Pinto, que funcionava e bem!, apesar dos melhores estudiosos da matéria dizerem que numa caldeirada cultural daquelas não havia funcionamento possível!

A equipa constituída por Jesus, até onde é possível a nossa compreensão chegar, é uma verdadeira caldeirada, um grupo de trabalho onde se sentam à mesma mesa publicanos e integristas, zelotas e poetas, uns de palavra fácil, outros de que não se conhece quase palavra nenhuma…

Associo ainda este grupo de Jesus a um belíssimo ditado popular com uma densidade verdadeiramente universal, com origem, salvo melhor informação, em África: “se queres chegar depressa, vai sozinho; mas se queres ir longe, vai acompanhado”. Aquilo que me aparece como claro é que este grupo só foi tão longe porque optou sempre por caminhar acompanhado; isto é: caminhar em conjunto e sempre com os que pensam diferente de mim, com os que têm outras maneiras de avaliar, com os que me obrigam a olhar as coisas por outra perspectiva, e que, apesar destas diferenças que às vezes me levam quase à raiva, querem honestamente fazer o mesmo caminho que eu e querem, como eu, fazê-lo honestamente. E porque querem isso honestamente, estão também eles dispostos a aceitar-me na sua companhia e a ajudar-me!

A grandeza desta equipa reside no facto do seu centro não ser ela, nem alguns dos seus membros, nem algum membro especial. O centro é o caminho, a meta, o horizonte, que todos percebem como comum e bom. Se dão murros na mesa, se embrulham metade dos argumentos em calão grosseiro, se lutam entre si e chegam a “resistir na face”, não é por causa das suas pessoas, nem pela proclamação dos seus méritos, nem pela salvaguarda ou imposição da sua imagem pública, mas porque amam tanto o caminho como a meta e tanto os companheiros de caminho como o senhor do mesmo, a ponto de darem tudo de si por aquilo que julgam o melhor para todos e a ponto de logo em seguida se esvaziarem de si totalmente para servirem com a mesma vontade os argumentos que o discernimento comum tornou mais verdadeiros, mesmo sendo os de outros, mesmo sendo os argumentos dos que estão nos antípodas do meu modo próprio de ver.

Isto é a equipa escolhida por Jesus. Isto é a Igreja.

E se as nossas instituições querem ir longe, estas deveriam ser as suas equipas, a todos os níveis.

Quando o pensamento é monolítico ou a acção um domínio exclusivo de cada indivíduo, até pode ser que as coisas avancem depressa. Mas nós também queremos ir longe.

E penso que o mesmo é válido para toda a sociedade. A ciência social moderna, como vimos com o tal Colégio alemão, está convencida que o monolitismo é a única possibilidade de funcionamento das instituições. Mas nós sabemos que não, e temos a prova em nós próprios! E sabemos que iremos tanto mais longe, quanto mais formos acompanhados dos diferentes de nós, também na sociedade.

Neves
 
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