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13.12.2009 – III Domingo do Advento

III DOMINGO DO ADVENTO
Sof 3, 14-18a; Is 12, 2-3.4bcd.5-6; Fil 4, 4-7; Lc 3, 10-18

 

Opções de vida – o cerne do acolhimento do Messias

Clama jubilosamente, filha de Sião; solta brados de alegria, Israel. Exulta, rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém. (Sofonias)

Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: alegrai-vos. O Senhor está próximo. (Filipenses)
 
As multidões perguntavam a João Baptista: «Que devemos fazer?» Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo». Vieram também alguns publicanos para serem baptizados e disseram: «Mestre, que devemos fazer?» João respondeu-lhes: «Não exijais nada além do que vos foi prescrito». Perguntavam-lhe também os soldados: «E nós, que devemos fazer?» Ele respondeu-lhes: «Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo». Como o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias, ele tomou a palavra e disse a todos: «Eu baptizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu celeiro; a palha, porém, queimá-la-á num fogo que não se apaga». Assim, com estas e muitas outras exortações, João anunciava ao povo a Boa Nova». (Lucas)
 

Opções de vida – o cerne do acolhimento do Messias        

O terceiro Domingo do Advento é tradicionalmente conhecido como o Domingo da Alegria. A primeira Leitura de hoje, do profeta Sofonias, faz eco desta alegria pela intervenção salvadora de Deus a favor do seu povo (o resto de Javé), num tempo messiânico. Do mesmo modo, Paulo pede a alegria aos Filipenses, tendo como base a proximidade permanente e protectora de Deus. O salmo, que não é retirado do livro dos Salmos mas do primeiro Isaías, insiste neste tema. Só o Evangelho parece que destoa: que alegria há em repartir com quem não tem, cumprir todos os deveres profissionais, respeitar a justiça e a pessoa do outro?!
         Lucas, evidentemente, quando escreveu este texto não o colocou sob a égide da alegria, mas de outra temática diversa, que já aqui enunciámos a semana passada: o anúncio de que aquele homem (Jesus) que apareceu para ser baptizado no décimo quinto ano do imperador Tibério era o anunciado pelas Escrituras e que diante d’Ele as pessoas tinham que tomar opções de vida. O que a primeira parte do Evangelho da missa de hoje nos traz é esse momento de desafio às opções de vida diante de Jesus. O cenário é ainda do Antigo Testamento: grupos baptistas (como o de João Baptista), publicanos, soldados e gente comum, todos fervilhando em expectativas messiânicas; mas o conteúdo da cena, o texto, é já do Novo Testamento: que opção tomo eu e cada um de nós diante de Jesus, o anunciado pelas Escrituras e acreditado por Deus Pai com a Ressurreição? Certo, Lucas não escreve a pensar na alegria, mas que maior alegria pode haver do que essa de um coração de consciência tranquila no dever, na justiça e na caridade?
 
         A segunda parte do evangelho é já narrativa. Narra-nos que, dadas as enormes expectativas messiânicas daqueles tempos, as pessoas facilmente poisavam os olhos neste ou naquele homem mais entusiástico e entusiasmante. Pelo tipo de vida e de pregação (pregação esta que consistiu em anúncio e em denúncia!), João Baptista torna-se naturalmente um alvo destas interrogações do povo: “não será ele o messias?!”. João responde que não. Mas não se limita a responder que não; ele próprio se faz alimentador dessa expectativa: “não sou eu, mas ele vai vir!”. Isto não significa, a título nenhum, que João já conhecesse que o Messias era Jesus. Pelo contrário, ele próprio tinha o mesmo tipo de pensamento quando alguém se afigurava acima da média, como sabemos pela pergunta que, já na prisão, mandou fazer a Jesus: és tu o Messias, ou devemos continuar a esperar?
 
                Há uma terceira parte neste evangelho: a insistência final entre o trigo e a palha, o celeiro e o fogo. Para Lucas é claro que a opção por ou contra Jesus é verdadeiramente uma opção de salvação ou de perdição. Ao fim e ao cabo, diz-nos ele, a dita alegria deste Domingo depende mais desta opção do que de qualquer passo de magia ou natal de calendário…
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