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27 de Dezembro – Festa da Sagrada Família

Festa da Sagrada Família

Sir 3, 3-7.14-17a ; Sl 127 ;Col 3, 12-21; Lc 2, 41-52 (Jo 1, 1-18)
 

A Palavra e o Silêncio

  No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas, àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «Era deste que eu dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer. (João)

A Palavra e o Silêncio

  Embora a liturgia de hoje seja a da Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José, optámos por trazer à reflexão o texto bíblico da “Missa do Dia” do dia de Natal, tirado do Evangelho de S. João, porque faz um enquadramento global deste tempo natalício.
  Este texto é uma “introdução” ao evangelho de S. João. Ora as boas “introduções” às grandes obras literárias fazem-se no fim! Deste texto em concreto, não sabemos se João o escreveu no fim, no princípio ou no meio. Mas é natural que o tenho vindo a amadurecer demoradamente enquanto ia escrevendo o corpo do evangelho, e que apareça na forma que hoje o lemos mesmo no fim. Esta qualidade literária e teológica exige grande reflexão… De qualquer modo, o conjunto dos escritos joaninos (evangelho, cartas e apocalipse) situa-se depois do ano 90 d.C., pelo que o texto do evangelho que lemos deve ser colocado entre os últimos textos a serem redigidos em toda a Sagrada Escritura. Mas mais do que último no sentido cronológico, deve ser considerado o último no sentido teológico, aquele onde desembocou toda a reflexão bíblica ao longo de 2 mil anos: Jesus de Nazaré é o Filho de Deus desde toda a eternidade! De facto, até esta altura, nenhum texto bíblico tinha ousado dizer tanto. Quase poderíamos dizer que o próprio Deus encerra o tempo de inspiração da Sagrada Escritura no momento em que um homem, uma comunidade, consegue finalmente formular esta verdade por inteiro: “no princípio era o Verbo, e o Verbo era Deus”. Jesus de Nazaré é o Verbo de Deus, Deus mesmo. Bendita seja a sua vinda ao seio da humanidade! Glória a Ele!
  João, para expressar este mistério da eterna divindade de Jesus de Nazaré, não encontrou termo melhor do que “Verbo”, isto é “Palavra”. Jesus de Nazaré é a Palavra de Deus, ou mais verdadeiramente ainda, a Palavra. Diante da Palavra, comentam os teólogos, resta-nos o silêncio, a contemplação. Nestes dias contemplamos a Palavra que se manifesta Ela mesma também silenciosa, no presépio. E fazemos silêncio!
  Curiosamente, os sociólogos e os filósofos actuais, depois de um tempo em que parecia que só tinha valor a acção, dedicam um grande interesse à “palavra”, à linguagem. Dizem eles que a linguagem é o elemento pelo qual entramos em relação privilegiada com os outros, tornando-nos efectivamente pessoas. É a relação que nos torna pessoas e é a palavra, mais do que qualquer outra coisa, que estrutura a relação. Ora é este mistério da “relação”, da “humanização”, que João capta como central no Mistério de Deus. Deus é relação em Si mesmo e com a humanidade!
  Celebrar o Natal não é celebrar o nascimento de um menino, mais ou menos famoso, mais ou menos pobre, mais ou menos simpático, mais ou menos com sina traçada de ser incompreendido e vir a morrer na mais horrível das mortes conhecidas. Celebrar o Natal é celebrar a relação sempre amorosa de Deus pela humanidade e por cada homem e mulher em concreto.
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