A nível nacional, o Dia Cáritas de 2009 foi celebrado em Lamego
A celebração do Dia Cáritas a nível nacional este ano esteve sedeada em Lamego. A foto reporta-se à Eucarisita, momento central das celebrações, presidida por D. Jacinto Botelho na Sé Episcopal daquela Diocese. À esquerda de D. Jacinto (por detrás da vela) vê-se o Padre Adriano Monteiro Cardoso, Presidente da Cáritas Diocesana de Lamego.
Por ocasião destas celebrações nacionais, realizou-se nesta cidade a
Conferência “responsabilidade dos cidadãos no combate à crise económica e social”, de que reproduzimos o texto conclusivo
No âmbito das celebrações nacionais da Semana Cáritas, que terminaram, hoje (Domingo), na Diocese de Lamego, realizou-se, no Teatro Ribeiro Conceição, uma Conferência subordinada ao tema “Responsabilidade dos cidadãos no combate à crise financeira e económica”.
O presidente da Cáritas Diocesana de Lamego, Pe Adriano Monteiro Cardoso, abriu a sessão dando as boas vindas a todos os presentes.
Em seguida, o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, referiu a premência do “retomar de valores que têm sido preteridos no desenvolvimento de todos os homens e do homem todo” como um dos caminhos para a solução da crise que estamos a viver, relembrando que “está na hora de inverter o rumo, valorizando mais o que as pessoas são do que têm”.
A apresentação do tema foi confiada ao Professor. Doutor Mário Caldeira Dias, docente universitário e presidente do Observatório Nacional do Emprego e Formação Profissional. A partir da reflexão foram equacionadas algumas possibilidades a considerar no envolvimento dos cidadãos no debelar de algumas das consequências resultantes da actual crise. Realçaram se as seguintes:
– valorização da ética nos negócios, retomando referências morais que potenciem a responsabilidade social das empresas, nomeadamente, dando prioridade à implementação de medidas que evitem os despedimentos;
– incremento da acção colectiva com fins solidários, de forma a evitar a dramática situação dos que vivem em pobreza absoluta;
– tomada de consciência de que o desenvolvimento assenta, sobremaneira, na satisfação das necessidades básicas, as quais não o têm que ser, apenas, pelo Estado, porque este não dispõe de recursos ilimitados e nem sempre consegue construir políticas adequadas para responder, com oportunidade e eficiência, a todos os problemas. Grande parte destes, que afectam as pessoas em situação de maior vulnerabilidade social, reclamam iniciativas de proximidade, tendo, por isso, como promotores privilegiados os cidadãos em nome individual e/ou envolvidos nos órgãos intermédios;
– apelo à poupança para evitar o endividamento e o desperdício dos recursos ambientais;
– dinamização de iniciativas realistas que visem a criação do auto-emprego, apostando em projectos com sustentabilidade económica;
– aproveitamento de espaços deixados livres por empresas falidas, para os adaptar a novas oportunidades produtivas;
– manutenção das designadas políticas passivas, usufruindo dos direitos de forma consciente e sentido de responsabilidade cívica;
– valorização das políticas activas, investindo na formação qualificante e fazendo uma boa gestão dos percursos profissionais;
– integração activa em redes sociais, preservando o sentido dos valores;
– identificção dos problemas escondidos (pobreza escondida), para que não fiquem, irremediavelmente, desconsiderados na definição das medidas de protecção e integração sociais.
Lamego, 14 de Março de 2009
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