Notícias

16 de Maio – Ascensão do Senhor

Act 1, 1-11; Sl 46; Hebr 9, 24-28; 10, 19-23; Lc 24, 46-53

O resumo de Lucas

Jesus disse aos seus discípulos: «Está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois testemunhas disso. Eu vos enviarei Aquele que foi prometido por meu Pai. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos com a força do alto». Depois Jesus levou os discípulos até junto de Betânia e, erguendo as mãos, abençoou-os. Enquanto os abençoava, afastou-Se deles e foi elevado ao Céu. Eles prostraram-se diante de Jesus, e depois voltaram para Jerusalém com grande alegria. E estavam continuamente no templo, bendizendo a Deus. (Lucas)

O resumo de Lucas

            Este texto é o final do evangelho de S. Lucas. É natural, por isso, que Lucas encerre aqui as suas conclusões pessoais sobre toda a Boa Nova de Jesus de Nazaré, que faça como que uma espécie de resumo final daquilo que julga mais importante e daquilo que quis transmitir.

            Se tentarmos ler este texto nessa perspectiva, percebemos que uma primeira grande conclusão de Lucas é que o tempo da “manifestação” de Jesus, enquanto o Filho de Deus entre nós, terminou definitivamente: “afastou-se deles e foi elevado ao Céu”. Com a Ressurreição, terminou o ciclo histórico de Jesus de Nazaré, como acabará o de todos nós. Agora, no lugar de Jesus, ficam duas realidades diferentes: fica a comunidade dos seus discípulos e fica o Espírito Santo que Ele e o Pai enviam abundantemente ao coração dessa comunidade.

            Depois Lucas apresenta aquilo que, na sua perspectiva, é o essencial que essa comunidade deve fazer:

1.   (re)ler as Escrituras com novos olhos,  com os olhos de quem crê profundamente que aquele galileu crucificado sob Pôncio Pilatos é verdadeiramente o Messias, o Libertador dos oprimidos sob toda a espécie de escravatura e o Redentor da dignidade humana que tinha sido perdida com o pecado do povo e é perdida na vida de cada um de nós com o nosso pecado pessoal. Perceber que n’Ele se cumpriram todas as Escrituras…

2.   Levar a toda a humanidade, a todas as nações, esta Boa Nova de Deus que nos salva por Jesus de Nazaré e pela nossa configuração a Jesus de Nazaré: paixão até à morte pelos irmãos, na verdade e no amor. Se quisermos, paixão pelos irmãos até à morte, numa única fidelidade: a Deus Pai.

3.   O que implica e exige da comunidade anunciante e de quem a escuta uma atitude de conversão permanente dos critérios de vida, com o arrependimento dos pecados e o acolhimento do perdão concedido por Deus.

            Estas três coisas constituem um modelo da grande pregação que a primeira comunidade cristã fazia e tem três passos: 1º – procurar nas Escrituras aquilo que se refere ao Messias; 2º – tentar provar que tais passagens da Escritura se realizaram em Jesus de Nazaré; 3º) convidar os ouvintes a aceitarem Jesus como Messias, convertendo a Ele as suas vidas e os seus critérios. A estes três passos, Lucas acrescenta um horizonte: esta pregação é para ser feita “a todas as nações”.

            A verdade é que o centro desta pregação deixa de ser as Escrituras, para ser o próprio Jesus. É em nome d’Ele que se há-de pregar às nações! Os escritos da Bíblia deixam de ter um valor “absoluto” em si mesmos, e – sem lhes tirar a inspiração divina – tornam-se relativos a Jesus de Nazaré! Não é mais possível uma leitura “objectiva”, “literal”, universal e intemporal da Bíblia, mas qualquer leitura da Bíblia, seja do Antigo ou do Novo Testamento, só é válida, isto é, verdadeiramente reveladora de Deus e do homem, quando iluminada pela vida concreta de uma única pessoa: Jesus de Nazaré. O motivo é simples: Jesus é Deus. Assim o reconheceu a Igreja primitiva, acolhendo a sua bênção e prostrando-se diante d’Ele!

            A última frase de todas de Lucas refere-se aos discípulos no templo. Lucas começara o evangelho pelo templo e termina no templo. A sua intenção é clara: tal como a Escritura agora é lida por referência a Jesus de Nazaré, o templo agora só é válido por referência à Igreja! Verdadeiramente, é na comunidade dos discípulos de Cristo que reside o novo Templo de Deus.

 

Partilhar:

Deixe uma resposta

Cáritas

A Cáritas Portuguesa é um serviço da Conferência Episcopal Portuguesa. É membro da Cáritas Internationalis, da Cáritas Europa, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, da Confederação Portuguesa do Voluntariado, da Plataforma Portuguesa das ONGD e do Fórum Não Governamental para a Inclusão Social.

Cáritas em Portugal

Contactos

Rua D. Francisco de Almeida, n 14
3030-382 Coimbra, Portugal

239 792 430 (Sede) – Chamada para rede fixa nacional

966 825 595 (Sede) – Chamada para rede móvel nacional

239 792 440 (Clínica) – Chamada para rede fixa nacional

 caritas@caritascoimbra.pt

NIF: 501 082 174

Feed

 

Comunicação Institucional