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1 de maio – 2º domingo da Páscoa

A nossa herança

            Os irmãos eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fracção do pão e às orações. Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, toda a gente se enchia de temor. Todos os que haviam abraçado a fé viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam propriedades e bens e distribuíam o dinheiro por todos, conforme as necessidades de cada um. (Atos dos Apóstolos)

            Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, na sua grande misericórdia, nos fez renascer, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos, para uma esperança viva, para uma herança que não se corrompe, nem se mancha, nem desaparece. (Pedro)

            Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos».
            Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». (João)

            Este Evangelho seria o fim do texto de João, a que depois foi acrescentado o relato da aparição à beira do lago de Tiberíades. Assim, em João, teríamos este esquema da ressurreição: 1º ) testemunho das mulheres sobre o sepulcro vazio; 2º) aparição a Maria Madalena; 3º) aparição aos próprios discípulos, dividida em dois episódios: o ato criador da nova humanidade e o ato de fé do discípulo.

            O “sopro” do Ressuscitado sobre os discípulos evoca o sopro de Deus sobre o barro, do qual nascera Adão. Tal como Deus infundira o seu Espírito na primeira criação, também agora O infunde na segunda criação. Pelo poder do Jesus morto e ressuscitado dá-se uma nova criação, renasce uma nova humanidade, de novo totalmente cheia do Espírito de Deus.

            Por outro lado, a forte centralidade dos sinais da crucifixão (neste texto são evocados três vezes o lugar dos cravos nas mãos e a ferida do peito) corresponde a um ponto central da teologia de João: discípulo é aquele que confessa que o Jesus “seu Senhor e seu Deus” é o Jesus crucificado e morto às mãos de Pilatos e das autoridades judaicas. Jesus é a mesmíssima pessoa, antes e depois da Ressurreição!; antes, durante e depois da Encarnação: verdadeiro Deus e verdadeiro homem, numa só pessoa.

            Esta afirmação da unicidade entre o Jesus histórico e o Cristo da fé é absolutamente central a toda a vida cristã: se Jesus de Nazaré é o Deus de toda a História, é na vida dele – tal como ele a viveu há dois mil anos – que o discípulo pode haurir os critérios para a sua vida cristã, hoje e sempre, e em qualquer que seja a sociedade em que se encontre.

            A Primeira Leitura é um “resumo” sobre a comunidade cristã de Jerusalém. Os apóstolos e esses “irmãos” são ainda profunda e inteiramente judeus na fé. Mas têm entre si um conjunto de sinais que já os tornam distintos: o que mais se destaca parece ser a profunda união de coração e vida entre eles, a tal ponto que se juntam para rezar em comum (para além da oração oficial nas sinagogas e no Templo), para comer em comum, para recordar Jesus na “Fração do Pão”, para tentar compreender o mistério de Jesus e o seu próprio lugar à luz das Escrituras… E também partilham entre si os bens materiais.

            Somos os herdeiros de Jesus e da primitiva comunidade cristã; a herança que nos deixaram “não se corrompe, nem se mancha, nem desaparece”. Com que responsabilidade a gerimos?

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