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10 de abril – 5º domingo da quaresma

“Acreditas nisto?”

As irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus: «Senhor, o teu amigo está doente». Ouvindo isto, Jesus disse: «Essa doença não é mortal, mas é para a glória de Deus, para que por ela seja glorificado o Filho do homem». Jesus era amigo de Marta, de sua irmã e de Lázaro. Entretanto, depois de ouvir dizer que ele estava doente, ficou ainda dois dias no local onde Se encontrava. Depois disse aos discípulos: «Vamos de novo para a Judeia». Ao chegar lá, Jesus encontrou o amigo sepultado havia quatro dias. Quando ouviu dizer que Jesus estava a chegar, Marta saiu ao seu encontro, enquanto Maria ficou sentada em casa. Marta disse a Jesus: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, tudo o que pedires a Deus, Deus To concederá». Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará». Marta respondeu: «Eu sei que há-de ressuscitar na ressurreição, do último dia». Disse-lhe Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim, nunca morrerá. Acreditas nisto?» Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo». Jesus comoveu-Se profundamente e perturbou-Se. Depois perguntou: «Onde o pusestes?» Responderam-Lhe: «Vem ver, Senhor». E Jesus chorou. Diziam então os judeus: «Vede como era seu amigo». Mas alguns deles observaram: «Então Ele, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito que este homem não morresse?» Entretanto, Jesus, intimamente comovido, chegou ao túmulo. Era uma gruta, com uma pedra posta à entrada. Disse Jesus: «Tirai a pedra». Respondeu Marta, irmã do morto: «Já cheira mal, Senhor, pois morreu há quatro dias». Disse Jesus: «Eu não te disse que, se acreditasses, verias a glória de Deus?» Tiraram então a pedra. Jesus, levantando os olhos ao Céu, disse: «Pai, dou-Te graças por Me teres ouvido. Eu bem sei que sempre Me ouves, mas falei assim por causa da multidão que nos cerca, para acreditarem que Tu Me enviaste». Dito isto, bradou com voz forte: «Lázaro, sai para fora». O morto saiu, de mãos e pés enfaixados com ligaduras e o rosto envolvido num sudário. Disse-lhes Jesus: «Desligai-o e deixai-o ir». Então muitos judeus, que tinham ido visitar Maria, ao verem o que Jesus fizera, acreditaram n’Ele. (João)

            Ter uma moral, como um conjunto de costumes ou de deveres éticos, todos têm, e é natural que as religiões componham também um código distintivo de deveres morais; ter um conjunto de rituais solidamente estabelecido, como é o caso dos sacramentos, todas as grandes organizações têm. Até a maçonaria…; quanto a ter uma missão, hoje qualquer empresa considera isso o abc da gestão; ter um credo, como um corpo de crenças, todas as religiões têm; mesmo acreditar na vida par além da morte, também muitos acreditam, uns sob a forma de reencarnação, outros, como Marta, sob a forma de qualquer coisa difusa lá “no último dia”, outros ainda sob a forma de recompensa ou castigo imediato… E tudo isso, a moral, os ritos, a missão, as crenças, a crença noutra vida depois da morte, tudo isso está presente no cristianismo. Mas nada disso, nem mesmo tudo isso junto é o cerne do cristianismo. O núcleo mais profundo e indestrutível da fé cristã é expresso por João nestes termos: “Jesus de Nazaré é a ressurreição e a vida. Quem acredita n’Ele, embora venha a morrer, viverá; e todo aquele que vive e acredita n’Ele nunca mais morrerá”. Isto é que é ser cristão: viver e acreditar em Jesus de Nazaré.

            Ele é o Senhor, o Messias, o Cristo, o Filho de Deus, o Profeta. Este texto não é parco em dar-Lhe títulos. N’Ele se manifesta a glória de Deus. Mas João não deixa cair esses títulos num qualquer romantismo religioso. Ele é o amigo que se comove duas vezes até ás lágrimas… Verdadeiro Deus, verdadeiro Homem. E porque é verdadeiro Deus, ser cristão é acreditar n’Ele, na sua palavra, na sua força salvadora, no seu amor; mas porque é também verdadeiro homem, ser cristão é viver n’Ele, com os critérios, os valores, as limitações, a santidade com que Ele viveu!

            “Acreditas nisto?” – pergunta Ele a Marta. E ela reza um grande “credo”. Mas à hora de testar nas convicções mais profundas a fé pronunciada nas palavras momentos antes, trai-se a si mesma. O irmão estava morto, totalmente morto, já em decomposição orgânica, já a cheirar mal, bem metido numa caverna, com uma pedra a sustentar a sua prisão eterna às garras da morte. Ou ao menos a sua prisão até ao dito “último dia”. Mas Jesus chama-nos da morte hoje, liberta-nos, ressuscita-nos, dá-nos a vida hoje. E para sempre:”quem acredita em Mim, nunca morrerá!”A fé cristã é acreditar no inacreditável: que Jesus de Nazaré é a Ressurreição e a Vida, hoje e sempre, na nossa vida e na vida dos irmãos, mesmo quando todas as aparências são de morte.

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