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13 de novembro – 33º domingo comum

Por uma vigilância cristã ativa

[O Reino dos Céus] será também como um homem que, ao partir de viagem, chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens. A um entregou cinco talentos, a outro dois e a outro um, conforme a capacidade de cada qual; e depois partiu. O que tinha recebido cinco talentos fê-los render e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois talentos ganhou outros dois. Mas, o que recebera um só talento foi escavar na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Muito tempo depois, chegou o senhor daqueles servos e foi ajustar contas com eles. O que recebera cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco, dizendo: ‘Senhor, confiaste-me cinco talentos: aqui estão outros cinco que eu ganhei’. Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu senhor’. Aproximou-se também o que recebera dois talentos e disse: ‘Senhor, confiaste-me dois talentos: aqui estão outros dois que eu ganhei’. Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel. Vem tomar parte na alegria do teu senhor’. Aproximou-se também o que recebera um só talento e disse: ‘Senhor, eu sabia que és um homem severo, que colhes onde não semeaste e recolhes onde nada lançaste. Por isso, tive medo e escondi o teu talento na terra. Aqui tens o que te pertence’.O senhor respondeu-lhe: ‘Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei e recolho onde nada lancei; devias, portanto, depositar no banco o meu dinheiro e eu teria, ao voltar, recebido com juro o que era meu. Tirai-lhe então o talento e dai-o àquele que tem dez. Porque, a todo aquele que tem, dar-se-á mais e terá em abundância; mas, àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado. Quanto ao servo inútil, lançai-o às trevas exteriores. Aí haverá choro e ranger de dentes”». (Mateus).

 

            Estamos na leitura do último dos cinco grandes discursos em que Mateus estrutura o seu evangelho. A partir deste discurso, Mateus entra na narração do “acontecimento Pascal” (Conspiração, Ceia, Paixão, Morte e Ressurreição). E, de certo modo, este último discurso de Jesus é já uma preparação para o tempo da sua partida, da sua ausência: “um homem partiu de viagem…”.O texto que lemos segue-se ao das “virgens prudentes” da semana passada, e seria também originariamente uma parábola do Reino, para dizer que o Reino de Deus, apesar de ser como a semente que cresce e se transforma em grande árvore sem a gente ver essa transformação, exige todavia a colaboração ativa de quem quer entrar nele.

            Mas Mateus, ao colocar esta parábola aqui, entre a parábola das cinco virgens prudentes e cinco virgens insentas e o discurso sobre o Juízo final da História (“Vinde, benditos de meu Pai, porque tive fome e me destes de comer…; afastai-vos de mim, malditos,  porque tive fome e não me destes de comer”), transforma esta parábola num reforço à necessidade de vigilância dos discípulos… pela ação. Quer dizer: a vigilância em relação à 2ª Vinda de Cristo não é uma espera ou uma expetativa de um acontecimento que se dará quer a gente faça alguma coisa para isso, quer não, não é um acontecimento exterior a nós, mas é um acontecimento preparado pelo fazer “útil”. Todo(a) aquele(a) que se considera cristão/cristã, mas cuja fé é inútil, cuja fé não serve para nada na construção do Reino de Deus, será lançado nas trevas exteriores…

            Então, Mateus acaba por nos dizer três coisas.

            1. que Jesus Cristo, ao partir deste mundo, nos confiou a administração dos seus bens. Estes bens têm um nome: Reino dos Céus, ou Reino de Deus!, e consistem no feliz anúncio de que Deus é Pai, nos ama e nos quer a viver como filhos e como irmãos;

            2. que Ele espera de nós – discípulos, Igreja – uma administração útil destes bens, uma administração real, objetiva, séria, do Reino de Deus que nos foi confiado!

            3. que, independentemente do “Dia e Hora” da Sua 2ª Vinda, seremos sempre sujeitos a um julgamento individual sobre esta administração, considerando que todo o bem que fizemos conta como sendo feito a Ele próprio e toda a omissão de bem é omissão feita para com Ele próprio.

            E quanto à omissão, a parábola deste evangelho é exemplar. Aquele servo que foi condenado como “servo mau”, em rigor apenas não tinha feito nada. Mas na ordem do Reino de Deus, na ordem do amor, não fazer nada é fazer um mal, porque é privar os irmãos do próprio Reino de Deus, privá-los da alegria de se reconhecerem como filhos de Deus e privá-los da nossa fraternidade; privá-los de quanto Deus tinha sonhado para eles por nosso intermédio.

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