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3 de julho – 14º domingo comum

 Uma atitude de vida

           Eis o que diz o Senhor: «Exulta de alegria, filha de Sião, solta brados de júbilo, filha de Jerusalém. Eis o teu Rei, justo e salvador, que vem ao teu encontro, humildemente montado num jumentinho, filho duma jumenta. Destruirá os carros de combate de Efraim e os cavalos de guerra de Jerusalém; e será quebrado o arco de guerra. Anunciará a paz às nações: o seu domínio irá de um mar ao outro mar e do Rio até aos confins da terra». (Zacarias)

            Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Tudo Me foi dado por meu Pai. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. (Mateus)

 

            O texto de Mateus que lemos no Evangelho da missa de hoje é já tirado da 3º secção do seu evangelho. A 1ª secção foi sobre a Nova Lei (discurso no alto de um monte); a segunda secção foi sobre a missão dos discípulos (da Igreja); esta terceira secção é sobre a reação de diferentes personagens (João Batista, fariseus, galileus…) ao ensinamento de Jesus. 

            Naturalmente, as reações dos outros à minha pessoa ou àquilo que eu digo não me deixam indiferente, mas procovam contra-reações minhas, mais encobertas ou manifestas, mais concordantes ou discordantes. Esta secção apresenta também algumas dessas contra-reações de Jesus às reações dos outros à sua mensagem. Uma delas, é o texto que lemos no evangelho da missa de hoje, apresentado em contexto de oração de louvor.

            Devemos registar que esta contra-reação de Jesus é um louvor ao Pai, é um grito de júbilo de alma, é uma manifestação de alegria de tal modo intensa que parece que não cabe no resto da criação, mas só o Pai tem amplitude suficiente para a acolher! E, afinal, a alma de Jesus explode assim numa alegria incontível por um motivo que nos parecerá a nós pequeno demais: porque a sua mensagem é bem acolhida pela gente simples, ao mesmo tempo que é recusada por aqueles que são tidos por sábios e inteligentes! Nós, ao contrário, ficamos contentes é quando os grandes e sábios nos aclamam… E também ao contrário de nós, Jesus é mais lesto a alegrar-se com quem o acolhe do que a indignar-se com quem o recusa: haverá tempo de chamar a estes “raça de víboras”, “geração má e adúltera”, “hipócritas”,“sepulcros caiados”, mas antes dessa indignação há um tempo de júbilo, de alegria, por aqueles que O acolhem, considerados “pequeninos”.

            Neste sentido, é muito feliz a associação que a liturgia faz deste modo de Jesus reagir às opiniões das pessoas sobre ele próprio com a profecia de Zacarias que lemos na 1ª Leitura. Certamente estamos lembrados de que os evangelhos sinóticos associam esta passagem de Zacarias à entrada de Jesus em Jerusalém. Mas mais do que um momento ou do que um sinal messiânico concreto, para Jesus a alegria na humildade é uma atitude de vida.

            Os “pequeninos” são os discípulos, é a Igreja. Somos nós, ou deveríamos ser nós. Em S. Mateus estamos sempre colocados no espelho da nossa identidade eclesial. Jesus louva o Pai pela Igreja, pela Igreja que sendo embora pequenina, humilde, ignorada, ridicularizada, não raro perseguida, penetrou e acolheu o Mistério do amor de Deus revelado em Jesus de Nazaré.

            Ao mesmo tempo que louva o Pai pela Igreja, Jesus dirige também à própria Igreja uma palavra de incontível ternura: “no meu coração encontrareis descanso para o vosso espírito”! Há aqui, claramente, um antagonismo entre o legalismo farisaico (que ata fardos pesados e insuportáveis aos ombros dos outros, cfr. Mt. 23, 4) e a doutrina de Jesus. Mas Jesus fala de muito mais do que de doutrinas!; fala do seu próprio coração… É importante insistirmos sempre nesta ideia: o cristão não se confronta com uma doutrina, uma moral, uma crença religiosa, mas com uma pessoa, e uma pessoa com caraterísticas concretas. Essa pessoa é Jesus de Nazaré; as caraterísticas são a humildade e mansidão de coração.

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