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5 de junho – ascenção do Senhor

A incomensurável grandeza do Seu poder

          O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda um espírito de sabedoria e de revelação para O conhecerdes plenamente e ilumine os olhos do vosso coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados, os tesouros de glória da sua herança entre os santos e a incomensurável grandeza do seu poder para nós os crentes. Assim o mostra a eficácia da poderosa força que exerceu em Cristo, que Ele ressuscitou dos mortos e colocou à sua direita nos Céus, acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania, acima de todo o nome que é pronunciado, não só neste mundo, mas também no mundo que há-de vir. Tudo submeteu aos seus pés e pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça de toda a Igreja, que é o seu Corpo, a plenitude d’Aquele que preenche tudo em todos. (Efésios)

          Os Onze discípulos partiram para a Galileia, em direcção ao monte que Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvidaram. Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos». (Mateus)

 

            Os teólogos são unânimes em afirmar que a Ressurreição, a Ascenção e a vinda do Espírito Santo constituem um acontecimento único, e que este prolongamento que os evangelistas fazem ao longo de 50 dias é um recurso com fins catequéticos.

            Evidentemente, o Mistério de Deus ultrapassa-nos. O mistério de Cristo ultrapassa-nos. Os evangelistas tentam perscrutar esses Mistérios e traduzi-los para os seus leitores, usando os recursos que têm ao seu alcance. Assim, os relatos que lemos hoje dos Atos dos Apóstolos (que é um livro de Lucas) e do Evangelho de Mateus não são relatos jornalísticos, mas antes uma tentativa de traduzirem para os seus leitores o Mistério de Deus, dando-lhes a dimensão do ardente amor de Deus, da universalidade, do desassombro, da comunhão entre Deus e a humanidade, do lugar da Igreja na História da Salvação…

            No fundo, quer as narrações dos sinóticos e dos Atos, quer o texto de S. Paulo que lemos na 2ª Leitura, dizem o mesmo, embora usando linguagens muito diferentes: Paulo recorrendo à linguagem concetual, Lucas (Livro dos Atos) e Mateus à narrativa fantasiosa.

            Dizer que é narrativa fantasiosa não é depreciativo do valor destes textos. Os leitores de Lucas e Mateus tinham uma mentalidade mais unitária do que nós, percebiam as narrativas com toda a sua profundidade; não é por acaso que os evangelhos estão cheios de parábolas, mas porque para os orientais as parábolas falam ao homem na sua totalidade; e também estas narrações da Ascenção que lemos hoje falam assim ao homem na sua totalidade… Ao contrário, nós, ocidentais, somos marcados por muitos dualismos, por muitos compartimentos estanques: colocamos a fantasia num compartimento, as emoções noutro, os afetos ainda noutro, a razão em mais um… E damos valores diferentes a esses compartimentos. Por exemplo, valorizamos muito mais a razão do que as narrativas fantasiosas; achamos que estas nos remetem para a superficialidade, enquanto a razão nos remete para a profundidade… Os orientais não funcionavam assim.

            A narrativa de Lucas e Mateus entram-nos melhor no ouvido, despertam a nossa imaginação, encantam-nos… E tudo isso é certamente um valor. Mas porque somos ocidentais, prevalentemente racionais, dualistas e compartimentadores, corremos o risco de reduzir o valor destes relatos a… superficialidade. Por isso vale a pena dar também um pouco de atenção ao texto de S. Paulo (2ª Leitura), com uma linguagem mais fria, mesmo que fale em “olhos do coração”.

            S.Paulo exorta os Efésios a penetrarem no Mistério de Deus e da Igreja (eles próprios) através do Mistério de Cristo. Deus revela-se com uma grandeza incomensurável de amor para com os crentes; e os crentes reconhecem-se como os herdeiros da glória de Deus! O que mostra este amor incomensurável (que não se consegue medir) de Deus e esta grandeza incomensurável dos cristãos, é a Ressurreição de Cristo, a elevação de Cristo à primazia sobre todas as criaturas, reais, culturais ou imaginárias, e a estreita união entre Ele – Cristo – e os crentes, a ponto de se poder falar de um único corpo! Somos Corpo de Cristo! Incomensurável mistério de amor!

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