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6 de março – IX domingo do tempo comum

A Igreja é Igreja para o mundo!

           Moisés falou ao povo nestes termos: «As palavras que eu vos digo, gravai-as no vosso coração e na vossa alma, atai-as à mão como um sinal e sejam como um frontal entre os vossos olhos. (Deuteronómio)

            Ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se. Rodearam-n’O os discípulos e Ele começou a ensiná-los, dizendo: «Nem todo aquele que Me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus. Muitos Me dirão no dia do Juízo: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizámos e em teu nome que expulsámos demónios e em teu nome que fizemos tantos milagres?’ Então lhes direi bem alto: ‘Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade’. Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; mas ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é como o homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se e foi grande a sua ruína». Quando acabou de falar, a multidão ficou vivamente impressionada com os seus ensinamentos, porque ele ensinava-os como quem possui autoridade e não como os doutores da Lei. (Mateus)

Acabamos hoje o discurso da Nova Lei – o sermão da montanha – que viemos a ler durante seis semanas! Ao acabar esta leitura, é bom recordar o contexto deste sermão, e por isso transcrevemos novamente o seu início e acrescentámos o fim, omitido na Leitura da missa.

Mateus começa por dizer que Jesus viu a multidão, subiu à montanha e começou a ensinar… os discípulos. Ora os discípulos e as multidões são coisas diferentes, como Mateus explicou com o exemplo do sal e da luz. Depois, todo o longo sermão é dirigido aos discípulos (ao sal e à luz) e não às multidões. No final, Mateus termina a dizer que quando Jesus acabou de falar, as multidões (!) estavam extasiadas porque ele as ensinava com autoridade e não como os escribas! Então, o discurso da Nova Lei é para os discípulos, para os cristãos, mas em razão das multidões e com reflexo nas multidões! A Igreja é Igreja para o mundo! O cumprimento rigoroso de uma (Nova) Lei de Deus não é nem para prazer de Deus, nem para auto-exaltação dos discípulos, mas é testemunho da amorosa paternidade de Deus para com todos os homens (sobre quem Ele faz vir a chuva, sejam bons ou sejam maus). No centro desta Nova Lei está o mandamento: “sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”. A própria oração dos cristãos (o Pai Nosso, que não foi lido nas missas destes Domingos, mas que faz parte deste sermão, Mt 6, 9-13) é enquadrada dentro desta Nova Lei da perfeição.

Mateus, que começa o sermão com uma exaltação eclesial (bem-aventurados sois vós, que sois o sal da terra e a luz do mundo…), faz todavia questão de o terminar com uma gravíssima recomendação:  mas atenção, amigos, mesmo que façais portentosos milagres em nome de Jesus Cristo,  nascidos daquela fé que transporta montanhas, se a vossa vida como estilo de estar no mundo não for a interminável tarefa de procurar a perfeição de Deus, tais milagres não são sal, nem luz, mas… uma prática de iniquidade. Viver radicado em Jesus (com as raízes enterradas na sua Palavra, com a casa construída sobre a rocha) não é só uma relação “santa” com Ele, mas também uma relação transformadora do mundo segundo os meios, os valores e os critérios d’Ele.

Assim se compreende que nem todo aquele que diz “Senhor, Senhor” entrará no Reino, mesmo quando faz milagres portentosos em nome de uma fé que transporta montanhas!, porque será bem-aventurado, será sal, será luz, será filho no Filho, aquele e aquela que procura ser perfeito e perfeita como o Pai celeste. A Nova Lei é um só mandamento: viver um estilo de vida feito à imagem de Deus. É viver radicado em Deus, com a raiz de toda a nossa vida enterrada em Deus.

Nota: aquele mandato da primeira leitura de trazer sempre a Lei de Deus atada às mãos e diante dos olhos deu origem às filactérias, caixinhas que os judeus traziam atadas no vestuário ou penduradas da cabeça com pedacinhos da Lei de Moisés… A Lei de Jesus, até para ser lida, exige “um pouco mais” do que isso!

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