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1 de junho – domingo da ascensão do Senhor

Um Mandato e uma Promessa


No meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar, desde o princípio até ao dia em que foi elevado ao Céu, depois de ter dado, pelo Espírito Santo, as suas instruções aos Apóstolos que escolhera. Foi também a eles que, depois da sua paixão, Se apresentou vivo com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando-lhes do reino de Deus. Um dia em que estava com eles à mesa, mandou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, «da qual ¬¬__ disse Ele __ Me ouvistes falar. Na verdade, João batizou com água; vós, porém, sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias». Aqueles que se tinham reunido começaram a perguntar: «Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?». Ele respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade; mas recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra». Dito isto, elevou-Se à vista deles e uma nuvem escondeu-O a seus olhos. E estando de olhar fito no Céu, enquanto Jesus Se afastava, apresentaram-se-lhes dois homens vestidos de branco, que disseram: «Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu? Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu». (Atos dos Apóstolos)

Os Onze discípulos partiram para a Galileia, em direção ao monte que Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvidaram. Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos». (Mateus.)

O autor dos Atos dos Apóstolos é o mesmo do evangelho de Lucas. Mas, curiosamente, se virmos o final do evangelho de Lucas e o início dos Atos dos Apóstolos, constatamos que o mesmo autor coloca no evangelho a ascensão de Jesus ao céu no próprio dia da ressurreição e nos Atos apenas 40 dias depois. De facto, a Ressurreição, a Ascensão e o dom do Espírito Santo são um único ato do Mistério de Deus que se desvela aos discípulos após a morte de Jesus, ato em que os próprios discípulos refazem a sua fé, as suas convicções, os seus anseios, as suas decisões. O número 40 significa aqui esse ciclo total de conversão dos discípulos, ciclo que vai das suas expetativas de restauração do reino político de Israel, como ponto de partida, até ao acolhimento de um outro Reino, totalmente diferente, o reino de Deus, a ser anunciado em nome do Pai, do Filho e do Espírito a toda a humanidade, tal como foi anunciado por Jesus e que, para poder desabrochar em fruto, passa pela morte, como o grão de trigo.

Verificamos também que Lucas coloca a ascensão em Jerusalém e Mateus num monte da Galileia. Os biblistas discutem muito as causas destas diferentes tradições. Mas, para nós, interessa relevar o que já dissemos noutra altura: os acontecimentos Pascais pertencem ao Mistério de Deus. Os relatos que nos chegam apenas apontam o modo como os homens/mulheres (discípulos) acederam na fé a esses Mistérios e nos quiseram transmitir como testemunhas [testemunha = aquele que transmite o que ele mesmo recebeu], para nos alimentarem na fé.

Pesem essas diferenças de relato da ressurreição/ascensão de Jesus, permanecem em ambos os casos duas coisas comuns: um Mandato missionário e uma Promessa. O Mandato é de partir a anunciar o reinado de Deus até aos confins do mundo; a Promessa é a da presença da ação poderosa de Deus nessa missão. Em Mateus, a Promessa é sob forma de presença do próprio Jesus (“Eu estou sempre convosco”); em Lucas, sob a forma da presença do Espírito Santo e do regresso de Jesus no final dos tempos.

Passado o ciclo perfeito (40 dias) de conversão à novidade de Deus revelada pela vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré, somos hoje ainda os mandados em missão até aos confins do mundo e agimos hoje ainda acompanhados pela ação poderosa do Espírito Santo, enquanto aguardamos a Segunda Vinda de Jesus Cristo, Senhor Nosso.

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