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16 de novembro – 33º domingo comum

É uma questão de serviço


Jesus disse aos seus discípulos a seguinte parábola: «Um homem, ao partir de viagem, chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens. A um entregou cinco talentos, a outro dois e a outro um, conforme a capacidade de cada qual; e depois partiu. O que tinha recebido cinco talentos fê-los render e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois talentos ganhou outros dois. Mas, o que recebera um só talento foi escavar na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Muito tempo depois, chegou o senhor daqueles servos e foi ajustar contas com eles. O que recebera cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco, dizendo: ‘Senhor, confiaste-me cinco talentos: aqui estão outros cinco que eu ganhei’. Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu senhor’. Aproximou-se também o que recebera dois talentos e disse: ‘Senhor, confiaste-me dois talentos: aqui estão outros dois que eu ganhei’. Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel, vem tomar parte na alegria do teu senhor’. Aproximou-se também o que recebera um só talento e disse: ‘Senhor, eu sabia que és um homem severo, que colhes onde não semeaste e recolhes onde nada lançaste. Por isso, tive medo e escondi o teu talento na terra. Aqui tens o que te pertence’. O senhor respondeu-lhe: ‘Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei e recolho onde nada lancei; devias, portanto, depositar no banco o meu dinheiro e eu teria, ao voltar, recebido com juro o que era meu. Tirai-lhe então o talento e dai-o àquele que tem dez. Porque, a todo aquele que tem, dar-se-á mais e terá em abundância; mas, àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado. Quanto ao servo inútil, lançai-o às trevas exteriores. Aí haverá choro e ranger de dentes’». (Mateus)

O Evangelho de hoje é tirado do capítulo 25 de S. Mateus, onde encontramos o chamado “discurso escatológico”, isto é, costumamos nós dizer, um discurso sobre o fim do mundo. Mas, mais rigorosamente, devemos dizer: um discurso sobre a plenitude dos tempos, quando Deus for tudo em todos. Todo o discurso vai no sentido da necessidade de vigiarmos sobre as nossas atitudes e comportamentos terrenos de modo a estarmos preparados para sermos acolhidos por Deus como dignos da sua misericórdia. É uma mensagem muito forte, que Mateus repete de diversas maneiras: através de textos apocalíticos, de exortações e de parábolas, encerrando com o grande julgamento à luz das obras de misericórdia.

Nesta parte que lemos hoje, estamos diante de uma parábola. O método mais simples e seguro para ler as parábolas é fazer uma comparação nestes termos: tal como acontece na história da parábola, assim acontece na vida. Assim, diríamos: tal como aquele senhor que partiu de viagem julga, ao regressar, os seus servos pela administração que fizeram dos seus bens, assim Deus nos julgará pela administração que fizemos dos seus dons, daquelas qualidades e capacidades com que Ele nos dotou na vida.

Mas Mateus vai mais longe, e cria como que uma segunda parábola a dizer que tal como aquele que não fez nada com os talentos que recebeu foi castigado, assim aqueles que não fizerem nada com os dons que receberam serão castigados. Aqui a lição não é a de que os que fizerem mal serão castigados, mas simplesmente os que não fizerem nada. É que, na ordem do serviço ao bem comum, não há o não fazer nada. Ou se faz bem, ou se faz mal. É como, façamos nós também uma parábola, um grupo de pessoas que vai a pé a Fátima, e onde aquele que tem o dom de fazer curativos não cura as bolhas dos outros, aquele que tem o dom de cantar não canta, aquele que tem o dom de escolher o melhor itinerário não escolhe. Como resultado, tudo corre pior: quem tem bolhas fica com feridas sérias e atrasa a caminhada de todo o grupo; a oração fica sem a força do canto; o grupo vai pelo caminho mais difícil, etc. Deixar de pôr ao serviço do grupo [da comunidade paroquial, da Igreja, da mundo] as qualidades que se têm resulta em efetivo mal para todo o grupo, prejudica objetivamente todo o grupo.

E assim por aí fora: quem tem o dom de ensinar as crianças e não dá catequese, quem canta bem e não participa no grupo coral, que tem capacidade de amar como o samaritano e não participa do grupo sociocaritativo, quem tem a capacidade de mobilizar e não se candidata a eleições políticas, etc., etc. Se todos os cristãos pusessem os seus talentos a render, a Igreja seria bem diferente. E o mundo também. Verdade?!

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