Notícias

25 de maio – 6º domingo da páscoa

Promessa, Amor e Espírito da verdade


Filipe desceu a uma cidade da Samaria e começou a pregar o Messias àquela gente. As multidões aderiam unanimemente às palavras de Filipe, ao ouvi-las e ao ver os milagres que fazia. De muitos possessos saíam espíritos impuros, soltando enormes gritos, e numerosos paralíticos e coxos foram curados. E houve muita alegria naquela cidade. (Actos dos Apóstolos)

«Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos. E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco: Ele é o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece, mas que vós conheceis, porque habita convosco e está em vós. Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós. Daqui a pouco o mundo já não Me verá, mas vós ver-Me-eis, porque Eu vivo e vós vivereis. Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai e que vós estais em Mim e Eu em vós. Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele». (João)

O Evangelho deste domingo continua o da semana passada. Estamos lembrados do contexto: no decorrer da última Ceia, depois do lava-pés e de Judas ter saído com intenção de trair Jesus, está na sala um clima denso, por um lado de intimidade, por outro de “perturbação dos corações”. Jesus, sem negar nem recusar a iminência da sua morte, anima o grupo dos discípulos e dá-lhes sinais de esperança e de vitória da vida sobre a morte.

Mas Jesus não tem nesse momento “sinais evidentes” dessa vitória sobre a morte que possa colocar nas mãos dos discípulos. O seu discurso é de Promessa. Está colocado no futuro: eu rogarei ao Pai; não vos deixarei órfãos; virei a vós; vós me vereis; nesse dia compreendereis…

É essa Promessa que alimenta a fé cristã hoje ainda. É essa Promessa que faz toda a diferença entre acreditar que Jesus ressuscitou, como um mero acontecimento histórico, mesmo se único e inaudito, e acreditar que nós ressuscitaremos com Ele. Acreditar que a sua ressurreição nos abarca! Também não temos “sinais evidentes”. Somos, só, o povo da Promessa!

Não é todavia uma promessa mágica, ou indiscriminada, que viole a inteligência, a vontade e o agir dos próprios discípulos; é uma Promessa que se cumpre mediante uma adesão pessoal dos discípulos a Jesus de Nazaré; é uma Promessa toda ela condicionada pelo acolhimento de Jesus e pela resposta na vida a esse amor: “se me amais, observareis os meus mandamentos”. Tal como Jesus não pode mostrar o Pai aos discípulos (como Filipe tinha pedido), também não pode mostrar-se a si mesmo, na sua Glória, aos discípulos. Seria a mesmíssima violação da dignidade humana: uma imposição da verdade pela força de ser Deus! A manifestação de Jesus vitorioso sobre a morte será pelo Espírito da Verdade que o Pai e o Filho darão aos discípulos e não por outro tipo de manifestações. Mas há uma condição para receber o Espírito da Verdade: amar Jesus e cumprir os seus mandamentos. Não amamos porque acreditamos!; acreditamos porque amamos! Acreditamos, porque amamos Jesus de Nazaré; porque amamos os irmãos, como ele nos mandou. E é dentro desse amor que “reconhecemos” – para utilizar a expressão do Evangelho – Deus como Pai, como Filho e como Espírito Santo derramado em nossos corações.

A afirmação é tão forte que João volta a ela: é quem aceita os mandamentos de Jesus e os cumpre que realmente ama Jesus. E é só dentro desse amor que receberá o conhecimento de Jesus de Nazaré, o Filho Eterno de Deus: Manifestar-Me-ei a esse!

Nem é preciso ser judeu ou de um grupo religioso específico para receber esse Espírito da Verdade. Filipe, arrojadamente, entra em território hostil, e anuncia Jesus Cristo como o Messias, acompanhando a sua pregação com sinais do seu amor. Por isso houve grande alegria entre aqueles que até então seriam “inimigos” religiosos. O autor do Livro dos Atos não identifica a cidade da Samaria, porque não é a cidade que interessa, mas o que ela simboliza: os adversários religiosos dos judeus! Até os inimigos religiosos, recebido o evangelho do amor, se enchem de alegria e abrem o seu coração ao Espírito da Verdade.

Partilhar:

Deixe uma resposta

Cáritas

A Cáritas Portuguesa é um serviço da Conferência Episcopal Portuguesa. É membro da Cáritas Internationalis, da Cáritas Europa, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, da Confederação Portuguesa do Voluntariado, da Plataforma Portuguesa das ONGD e do Fórum Não Governamental para a Inclusão Social.

Cáritas em Portugal

Contactos

Rua D. Francisco de Almeida, n 14
3030-382 Coimbra, Portugal

239 792 430 (Sede) – Chamada para rede fixa nacional

966 825 595 (Sede) – Chamada para rede móvel nacional

239 792 440 (Clínica) – Chamada para rede fixa nacional

 caritas@caritascoimbra.pt

NIF: 501 082 174

Feed

 

Comunicação Institucional