Testemunhos dos “modelos vivos” de VIDAS NOSSAS
Testemunhos dos “modelos vivos” de VIDAS NOSSAS
Os “modelos vivos” representados nas fotografias da Exposição Vidas Nossas traduzem cenários com os quais nos cruzamos diariamente e desejam ser um estímulo à transformação do nosso posicionamento de indiferença em atitudes de responsabilização social.
Em VIDAS NOSSAS, a objetiva do fotógrafo António Figueiredo captou perspetivas de quem já viveu na rua e de outros atores sociais que não ficam indiferentes à realidade social em mutação.
Os verdadeiros atores desta realidade, os utentes do Centro de Alojamento Temporário Farol revelaram testemunhos reais das suas experiências.
“Gostei de colaborar pois este trabalho de certeza vai dar que falar.
As pessoas que têm os seus desejos totalmente satisfeitos não podem ficar indiferentes quando outros não têm as necessidades mínimas garantidas.
Uma pergunta se poderá colocar:
Serão os seres humanos essencialmente iguais?
Qual a diferença entre viver e sobreviver?
Todos os seres humanos merecem respeito.
A indiferença pode ofender ou magoar os outros.
Somos todos iguais mas também todos diferentes.
Termino com palavras de Fernando Pessoa:
«Não sou nada
Nunca serei nada
Não posso querer ser nada
À parte isso, tenho em mim
Todos os sonhos do mundo.»”
Jorge Lopes
“Eu penso que a sessão fotográfica foi interessante não só para mostrar à sociedade o que realmente existe e que muitos ignoram ou fingem ignorar, como é tão importante para quem agora recuperado e de novo inserido na sociedade, ver que a situação em que me encontrava como alcoólico me afastou de tudo e de todos e que me levou para o abismo e me fez perder amizades, magoando os que mais me amavam e arrastando-me para o nada.
Um vazio tão grande e em tremendo arrependimento por me ter perdido. Agora curado de os pensamentos e do álcool peço perdão aos outros e a mim mesmo pelo que fiz.
Todos os dias peço a Deus que ilumine as pessoas para que elas não discriminem nem apontem o dedo a todos aqueles que caem no fundo do poço, mas sem lançarem uma corda (o perigo espreita em cada esquina e no melhor pano cai a nódoa)
A fotografia é viver o passado…”
Luís Domingues
“Penso ser importante esta exposição porque vai sensibilizar as pessoas a focar um problema que a todos diz respeito não só em Portugal como em todo o mundo.
Tais como as drogas, álcool, prostituição e sem-abrigo pode acontecer a qualquer um, algumas vezes pela dependência outras por necessidade penso que ninguém está livre deste flagelo que pode acontecer a qualquer classe social.
Julgo ser um problema que todos nós temos que resolver, para que todos sejam aceites na sociedade, visto que esta mesma discrimina, é nestas alturas que pessoas com dificuldades precisam da ajuda da sociedade para sair desses problemas.
A UNIÃO FAZ A FORÇA.”
Victor Manuel Martinho
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