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29 de março – domingo de Ramos e da Paixão do Senhor

Três ruturas da cruz


O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos. Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos, para eu escutar, como escutam os discípulos. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio, e, por isso, não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra, e sei que não ficarei desiludido. (Isaías)

Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. (Filipenses)

Quando chegou o meio-dia, as trevas envolveram toda a terra até às três horas da tarde. E às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte: «Eloí, Eloí, lemá sabactáni?», que quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?». Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram: «Está a chamar por Elias». Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta duma cana, deu-Lhe a beber e disse: «Deixa ver se Elias vem tirá-l’O dali». Então Jesus, soltando um grande brado, expirou. O véu do templo rasgou-se em duas partes de alto a baixo. O centurião que estava em frente de Jesus, ao vê-l’O expirar daquela maneira, exclamou: «Na verdade, este homem era Filho de Deus». Estavam também ali umas mulheres a observar de longe, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e Salomé, que acompanhavam e serviam Jesus, quando estava na Galileia, e muitas outras que tinham subido com Ele a Jerusalém. (Marcos)


A liturgia destes dias é, naturalmente, riquíssima, pois entramos no tempo da celebração da paixão, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré. Deixemos apenas um breve apontamento.

A 1ª leitura, tirada do Livro do Segundo Isaías, apresenta-nos um dos mais belos “cânticos do servo de Javé”, no qual a espiritualidade cristã sempre viu a prefiguração de Jesus de Nazaré. O “Servo de Javé” escuta como discípulo e fala como discípulo: porque fala como discípulo, é perseguido violentamente; porque escuta como discípulo, mantém a serenidade de quem sabe que Deus nunca desilude.

Tal como a primeira Leitura é um dos mais belos cânticos do Antigo Testamento, também a Segunda Leitura é um dos mais belos cânticos cristológicos do Novo Testamento. Um cântico antiquíssimo, pois já aparece recolhido na Carta aos Filipenses, que se julga ser do ano 56/57. Considere-se a grandeza da fé da comunidade que o terá composto uns 20 e poucos anos depois da morte de Jesus, e onde já “aparecem as diversas etapas do mistério de Cristo: a preexistência divina, o aniquilamento da encarnação, o aniquilamento ulterior da morte, a glorificação celestial, a adoração do universo, o título novo de «Senhor»” (cf nota da Bíblia de Jerusalém).

Do evangelho retirámos o momento da morte de Jesus na cruz. Que palavras podemos dizer depois da morta da única “Palavra de vida”? Resposta de S. Marcos:
1) uma palavra de um culto novo – o culto em espírito e em verdade – que não separa mais Deus dos homens (o véu ou cortinado do templo, que separava o espaço de Deus do espaço dos homens, rasgou-se de alto a baixo, definitivamente!).
2) uma palavra de profecia radical no reconhecimento e proclamação da divindade de Jesus de Nazaré, até ao último dos seus inimigos, até àquele que o crucifica.
3) uma palavra inequívoca de caridade, que inclui todos os excluídos e marginalizados (mulheres ao longe), que lhes reconhece o nome pessoal e o lugar que têm na vida e no coração transpassado de Jesus de Nazaré.

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