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Nos dias 24 e 25 de novembro de 2018, reuniu, em Fátima, o Conselho Geral da Cáritas Portuguesa. Estiveram representadas as 20 Cáritas diocesanas que constituem a rede nacional, tendo sido saudados os novos presidentes das Cáritas Diocesanas do Funchal, Duarte Pacheco, e de Bragança-Miranda, Pe José Manuel Bento Soares. Foi ainda assinalado o primeiro aniversário da tomada de posse de D. José Traquina, como Bispo da Diocese de Santarém. 

D. José Traquina, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, a presidir ao Conselho, dirigiu à assembleia uma mensagem de saudação sublinhando dois aspetos principais para o próximo ano: a atenção aos migrantes em Portugal e a promoção da “Casa Comum”, o mundo em que habitamos. As duas preocupações, explicou D. José Traquina, estão ligadas, lembrando as palavras do Papa Francisco, que afirma: «O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. (AE, nº13) Há que encontrar uma abordagem integral que permita «combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e simultaneamente cuidar da natureza» (n.139)

Depois de apresentado, refletido em grupos de trabalho e esclarecidas dúvidas, foi aprovado o Plano de Atividades da Cáritas Portuguesa, que durante o ano de 2019, irá procurar responder às prioridades definidas pelo Plano Estratégico da Cáritas em Portugal. Foi ainda aprovado o Orçamento Provisional para 2019 e apresentado um ponto se situação sobre o projeto “Plano de Contas do Universo Cáritas” que tem como objetivo uniformizar os critérios administrativos da Cáritas no nosso país.

Após um ano conturbado para o país e para as instituições de solidariedade social, a Cáritas Portuguesa, pretende aprofundar o conhecimento da sua imagem, em Portugal, e, avaliar o impacto da sua ação e para isso, irá desenvolver, durante o próximo ano, dois projetos que vão, precisamente, neste sentido.

Durante o próximo ano irá assinalar-se a Semana Nacional Cáritas entre os dias 17 a 24 de março, sob o lema “Juntos numa só Família Humana”. É nesta semana que se realiza o Peditório Nacional Público, assinalando-se o Dia Nacional Cáritas a 24 de março.

A Conferência Episcopal confiou na Cáritas a coordenação e aplicação do Plano Institucional de Resposta a Emergência e Catástrofes da Cáritas.

Neste Conselho Geral participou também o secretário-geral da Caritas Internationalis, Michell Roy que falou aos participantes sobre o trabalho global da Cáritas em todo o mundo e as suas principais linhas estratégicas destacando a que foi dada por Bento XVI, ao afirmar que a Cáritas é o Coração da Igreja, ou seja, é o instrumento através do qual os pobres entram para o centro da Igreja. Trabalhar com as outras Igrejas cristãs tem sido uma preocupação para a Caritas Internationalis que está, igualmente, envolvida na relação com os crentes de outras religiões para dar testemunho de que Deus é o mais importante.

Michel Roy apresentou ainda as principais áreas de intervenção da Caritas Internacionalis, nomeadamente, perante situações de emergência, provocadas quase sempre por guerras e desastres naturais; a resposta face a crises humanitárias ou o trabalho de intervenção sócio-politica junto dos decisores em temas como a segurança alimentar, a defesa da Casa Comum, não apenas como preocupação ecológica, mas numa visão global de promoção do Bem Comum; a defesa dos Direitos Humanos; a proteção aos Migrantes e Refugiados.

A Caritas Internationalis acompanha por dentro o crescente fenómeno da Migração e foram aqui abordados os principais desafios para a Cáritas face aos movimentos de êxodo quer de África para a Europa como da América do Sul para os Estados Unidos e outros movimentos que provocam efeitos diretos nas populações.

Do ponto de vista interno, Michel Roy, falou da relação entre as diferentes Cáritas nacionais. O secretário-geral da Caritas Internationais desafiou os participantes do Conselho Geral a se abrirem à rede mundial e olharem para si próprios como membros desta grande família humana que deve ser subsidiária e capazes de se envolver.

O Conselho Geral encerrou, com a participação do eurodeputado José Manuel Fernandes, que trouxe uma visão global da identidade e das responsabilidades da União Europeia, dos desafios que lhe são apresentados e, por natureza, a Portugal e à Cáritas em concreto. Destacou a importância do envolvimento das próprias Instituições da economia social no Acordo de Parceria, denominado “Portugal 2030” e a pertinência de estas serem evolvidas na definição dos regulamentos dos Fundos Europeus. Este envolvimento promove a diminuição da burocracia e a melhor acomodação dos projetos a implementar.

FONTE: https://caritas.pt/