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12 de junho – domingo de Pentecostes

 Salvos em esperança!

            (…)Disse então o Senhor: «Aí está um povo unido e todos falam a mesma língua. Se este é o começo dos seus empreendimentos, nenhum projeto lhes será difícil. Vamos descer até lá para lhes confundir a linguagem, de modo que não entendam a fala uns dos outros». E o Senhor dispersou-os por toda a superfície da terra e eles desistiram de construir a cidade. Por isso lhe chamam Babel, porque lá o Senhor confundiu a linguagem de todo o mundo e de lá dispersou os habitantes por toda a superfície da terra. (Génesis)(Romanos)

        Nós sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da maternidade. E não só ela,  mas também nós, que possuímos as primícias do Espírito, gememos interiormente, esperando a adoção filial e a libertação do nosso corpo. É em esperança que estamos salvos.

            No último dia, o mais solene da festa, Jesus estava de pé e exclamou: «Se alguém tem sede, venha a Mim e beba: do coração daquele que acredita em Mim correrão rios de água viva para a vida eterna». Referia-se ao Espírito que haviam de receber os que acreditassem n’Ele. O Espírito ainda não viera, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado. (João)

 

            Seguimos as Leituras da missa da Vigília do Pentecostes. A história de Babel repete um mito clássico de luta de poder entre os deuses e os homens, com os deuses a criarem, prepotentemente, alguma dificuldade acrescida aos homens, e assim salvaguardarem a sua superioridade. Aqui, como noutros mitos, a solução dos deuses é “dividir, para reinar”. Acresce que é uma história, como acontece no Livro dos Génesis com tantas outras, que tem como mera finalidade explicar o nome de um lugar: “por isso lhe chamam Babel”. Mas o redator do Livro dos Atos dos Apóstolos viu nesta história o contra-paradigma, o melhor exemplo contrário, daquilo que significou a morte, ressurreição e vinda do Espírito de Jesus: em vez de construir uma torre, Jesus desce ao sepulcro; o Espírito de Jesus quando “desce” sobre a terra, não divide, mas une: as línguas diferentes dão lugar a um entendimento comum (1ª Leitura da Missa do Dia). O Espírito Santo recria a humanidade na sua originalidade de amada de Deus!

            Mas se somos recriados neste Amor de Deus, como sofremos ainda, como pecamos ainda, como não nos sentimos verdadeiramente salvos?! Paulo responde na 2ª Leitura, dizendo que estamos salvos sim, mas em esperança! Para o entendermos, talvez possamos tomar como exemplo as dores da maternidade que ele próprio refere. Uma mulher que está para dar à luz está a viver, provavelmente, três situações muito diferentes, mas que às vezes tendemos a confundir: está a viver um tempo de espera, que quer ver passar o mais depressa possível, porque é um tempo penoso, doloroso mesmo, com alguma angústia…; Ninguém gosta de esperar, não é verdade?! Mas ela está a viver também um tempo de expetativa: irá correr tudo normalmente?; irá ter muitas mais dores?; o seu corpo responderá às necessidades do momento?; de que cor serão os olhos do bebé?; que peso terá?… Na expetativa, os acontecimentos afetam-nos, mas são independentes da nossa vontade; podem vir ao encontro dos nossos anseios, ou contra eles, mas percebemos que não está nas nossas mãos mudá-los. Quando eles se derem, logo veremos… Mas, mais do que da espera ou das expetativas, essa mulher está presa da esperança, vive da esperança: tem esperança em que o seu filho seja saudável, porque ela teve cuidado com a alimentação, não fumou, não ingeriu álcool…; tem esperança em que o seu filho se vai sentir confortável, porque ela tratou do enxoval; tem esperança em que o seu filho vai sentir afeto, porque ela e o marido o desejam, o amam ainda antes dele nascer… Na esperança, ela se sente mulher, mãe, cheia de graça, capaz de vencer todos os obstáculos, de ir a todas as lutas… Feliz! Salva! Mesmo se as dores do parto ainda a fazem sofrer fisicamente… Em esperança, assim, é que fomos salvos, diz Paulo.

            Uma palavra para o Evangelho. No dia mais solene da festa das Tendas – uma festa marcada pela aspersão do altar do Templo com água, para recordar a água da rocha que deu de beber ao povo no deserto – Jesus anuncia que Ele é a água viva que mata todas as sedes. João repete a ideia que já expressara na conversa com a samaritana. É uma ideia messiânica, que apresenta Jesus ao povo como o Messias. Mas João acrescenta um ponto completamente novo: do coração daquele que crê em Jesus (e não só de Jesus) correrá essa água viva, por ação do Espírito Santo. Os que crêem somos nós!

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