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6 de novembro – 32º domingo comum

Ele virá!; e Ele está vindo!

Jesus disse aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a dez virgens, que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro do esposo. Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias. Como o esposo se demorava, começaram todas a dormitar e adormeceram. No meio da noite ouviu-se um brado: ‘Aí vem o esposo; ide ao seu encontro’. Então, as virgens levantaram-se todas e começaram a preparar as lâmpadas. As insensatas disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, que as nossas lâmpadas estão a apagar-se’. Mas as prudentes responderam: ‘Talvez não chegue para nós e para vós. Ide antes comprá-lo aos vendedores’. Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo: as que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as outras virgens e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’. Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo: Não vos conheço’. Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora». (Mateus)

 

            No tempo de Jesus, ao contrário do que acontece hoje, eram os noivos que costumavam chegar atrasados ao casamento! A noiva limitava-se a esperar em sua casa que o noivo a viesse buscar para casa dele, onde seria feita a boda de casamento. Esperava acompanhada das suas amigas solteiras, que depois os acompanhavam, com danças e cantares durante a deslocação, e naturalmente participavam da festa. Só que o noivo, antes de ir buscar a noiva, tinha que fazer complicadas (ao menos ritualmente) negociações de dote com a família dela, o que por vezes a fazia desesperar de ansiedade por ele nunca mais chegar!!! Foi o caso deste noivo da história contada por Jesus: atrasou-se tanto, que já a veio buscar noite dentro, o que apanhou desprevenidas quanto a um suplemento de azeite para as suas lâmpadas festivas algumas das amigas da noiva…

            Jesus terá contado esta história para falar do Reino de Deus como uma festa, um casamento, uma Aliança, entre Deus (esposo) e a humanidade, mas onde – da parte dos homens e mulheres concretos – só pode participar quem se prepara conscientemente para viver em estado de Aliança com Deus.

            Mas Mateus, como dissemos na semana passada, gosta sempre de apresentar os destinatários dos diferentes discursos de Jesus. Ora, neste caso, temos uma parábola contada aos discípulos e, portanto, percebemos que Mateus, ao escrever este texto, está a pensar na Igreja. Já não na humanidade em Aliança com Deus, mas na sua Igreja dos anos 80… E em vez de concluir a parábola dizendo que temos que nos preparar intensamente para sermos dignos de viver em Aliança com Deus, conclui antes dizendo que devemos estar sempre vigilantes para o “dia e hora” desconhecidos.

            Que “vigilância” e que “dia e hora desconhecidos” são esses? Para respondermos à pergunta, é preciso recordarmos que à volta do ano 50 os cristãos estavam todos convencidos do fim do mundo imediato, numa 2ª vinda de Cristo, agora a fazer o Juízo Final da História. Aliás, temos ecos dessa convicção no trecho da Carta aos Tessalonicenses que lemos hoje mesmo (2ª Leitura), escrita por esses anos. Só que passou o ano 50, o 60, o 70 e o 80… e o mundo não acabava! Então os cristãos, ou pelo menos um grande número de cristãos, começaram – como as tais amigas da noiva – a dar sinais de adormecimento, de rotina, de pessimismo, de falta de vigor da fé. Então, o que Mateus faz é aproveitar esta parábola de Jesus para os “despertar”!, recordando-lhes que o “dia” e a “hora” dessa 2ª Vinda de Cristo é mistério de Deus e não deles e que aquilo que lhes cabe a eles, é manterem a vigilância da fé constante.

            Uma coisa é certa: o noivo virá; Cristo voltará para apresentar toda a criação, redimida pelo Seu Sangue na cruz, nas mãos do Pai. Não sabemos o Dia nem a Hora, mas sabemos que virá. E outra coisa é certa: Ele está vindo hoje, vindo todos os dias pelo Espírito Santo ao nosso coração e ao coração de todos os homens… Seja sob a forma de vigilância e prudência que prepara a Sua vinda triunfal, seja sob a forma de vigilância intensa sobre o nosso estilo de vida para vivermos, hoje, em Aliança com Deus, é bom “despertarmos do sono”, e irmos enchendo as nossas almotolias com alguma reserva do azeite da fé, da esperança e da caridade, para podermos vencer nos momentos difíceis, de sofrimento e de desânimo, que também os há na vida.

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