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14 de outubro – 28º domingo comum

Quando os melhores ficam para trás

         Naquele tempo, ia Jesus pôr-Se a caminho, quando um homem se aproximou correndo, ajoelhou diante d’Ele e Lhe perguntou: «Bom Mestre, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?» Jesus respondeu: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus. Tu sabes os mandamentos: ‘Não mates; não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe’». O homem disse a Jesus: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a juventude». Jesus olhou para ele com simpatia e respondeu: «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me». Ouvindo estas palavras, anuviou-se-lhe o semblante e retirou-se pesaroso, porque era muito rico.

         Então Jesus, olhando à sua volta, disse aos discípulos: «Como será difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!» Os discípulos ficaram admirados com estas palavras. Mas Jesus afirmou-lhes de novo: «Meus filhos, como é difícil entrar no reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus».

         (…) Pedro começou a dizer-Lhe: «Vê como nós deixámos tudo para Te seguir». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: Todo aquele que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras, por minha causa e por causa do Evangelho, receberá cem vezes mais, já neste mundo, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, juntamente com perseguições, e, no mundo futuro, a vida eterna». (Marcos)

 

            Na leitura do evangelho de S. Marcos, estamos naquela parte em que Jesus “caminha” para Jerusalém. Caminha para a cruz. Ao longo dessa caminhada, por três vezes avisa os discípulos de que vai morrer em Jerusalém. Estes avisos são entrecortados com diversas cenas, cuja chave de leitura é sempre essa, a da cruz. E essas diferentes cenas respondem à pergunta: o que é seguir Jesus? O que é ser discípulo de Jesus? O que é ser cristão? Por isso, para Marcos, cada um dos atores com quem Jesus se cruza nessa caminhada não vale por si mesmo, mas representa todo um grande modo como as pessoas pretendem “seguir” Jesus de Nazaré.

            Aliás, Marcos reforça isso no evangelho que lemos chamando a este personagem um “alguém” (embora no texto lido na missa apareça “homem” em vez de “alguém” e o relato se desenrole depois no masculino). À partida, sendo um “alguém”, pode ser qualquer um de nós! Pode ser homem, mulher, jovem, adulto, idoso! Agora, depois de sabermos que este personagem pode ser qualquer um de nós, vamos ver quais são as suas caraterísticas:

A primeira, e mais importante de todas, é que ele/ela acredita que Jesus é Deus. Marcos diz-nos isso com aquela observação de Jesus: “se me chamas bom, é porque me reconheces como Deus, porque só Deus é bom”.

A segunda caraterística é que ele/ela reconhece Jesus como “mestre”, não só como um “Deus” que está longe, no céu, indiferente aos homens, mas como um Deus “próximo”, preocupado com a realização dos homens, um Deus que instrui, que ensina, que auxilia os homens no seu crescimento.

A terceira caraterística é que ele/ela é uma pessoa de comportamento religioso e moral impecável.

            Definitivamente, este “alguém” representa “o/a melhor dos/das melhores”! E todavia, para seguir Jesus, tudo isto não basta. Seguir Jesus é outra coisa: é confrontar cada atitude, cada gesto, cada momento da vida com ele e aprender dele essa liberdade face a todas as prescrições da Lei e esse amor infinitos pela humanidade; é estar sempre disponível para dar toda a vida como ele próprio deu a sua vida. É resumir toda a Lei e os profetas num único mandamento: amar a Deus e aos homens. Na intenção de Marcos, voltamos a repeti-lo, esta cena é antes de mais a proposta de um exame de consciência para nós.        

            Este “alguém” não conseguiu dar esse salto porque ficou preso às suas riquezas. Já agora, neste tempo em que a pobreza ressurgiu tão violentamente, como seguimos Jesus também por este gesto de partilha de bens com os mais pobres?

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