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1 de dezembro – 1º domingo do advento

Preparemos o Natal, acordados!

Ele nos ensinará os seus caminhos e nós andaremos pelas suas veredas. De Sião há de vir a lei e de Jerusalém a palavra do Senhor». Ele será juiz no meio das nações e árbitro de povos sem número. Converterão as espadas em relhas de arado e as lanças em foices. Não levantará a espada nação contra nação, nem mais se hão de preparar para a guerra. Vinde, ó casa de Jacob, caminhemos à luz do Senhor. (Isaías)

Jesus disse aos seus discípulos: «Como aconteceu nos dias de Noé, assim sucederá na vinda do Filho do homem. Nos dias que precederam o dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca; e não deram por nada, até que veio o dilúvio, que a todos levou. Assim será também na vinda do Filho do homem. Então, de dois que estiverem no campo, um será tomado e outro deixado; de duas mulheres que estiverem a moer com a mó, uma será tomada e outra deixada. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai vós também preparados, porque na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem. (Mateus)

Talvez em todos os tempos tenha havido muitos motivos de distração. Hoje, seguramente, há: a televisão, o futebol, o facebook; os problemas com a escola, com a saúde, com o emprego; a grande mobilidade das pessoas, as relações passageiras; as compras de natal, as festas de natal, as cerimónias de natal… Porque, a falar verdade, até o natal pode ser motivo de distração! E, de repente, se nos detemos a pensar, percebemos que mais outro ano acabou, e nós andamos distraídos, afadigados, perdidos. A vida, essa, corre implacável; foge-nos!

Mas talvez que esta distração não seja apenas fruto de fatores externos. Talvez seja também uma espécie de tentação de passarmos ao lado, de não querermos enfrentar a realidade, de não nos comprometermos. Então, não é a vida que nos foge, mas nós que fugimos da vida. Refugiamo-nos em muitas coisas; e, mais uma vez, até a religião pode servir de refúgio.

Curiosamente, segundo o evangelho de Mateus, que lemos hoje esta distração parece fazer parte do estilo de vida humana desde tempos imemoriais, desde Noé! A vida reduzida a comer, beber, casar e dar os filhos em casamento para a continuação natural da espécie… A redução do homem, enquanto ser pessoal e comunitário, ao biológico.

Isso: a distração amputa o homem e a mulher do mais radical de si mesmos, isto é, do mais profundo da sua própria identidade, quer na sua origem, quer no seu fim. Na sua origem, o homem é a imagem e semelhança de Deus; no seu fim, o homem é o destinado para entrar na comunhão eterna com Deus. Mas a dignidade do homem não fica limitada à sua origem e ao seu fim, como se a relação de Deus com o homem, e vice-versa, nada tivesse a ver com a história do tempo presente, com a nossa vida concreta do dia-a-dia. Ao contrário, exatamente, porque nascemos de Deus e vamos para Deus, toda a vida presente é uma dádiva de Deus, para construção do reino de Deus: caminhar à luz do Senhor é converter as espadas em relhas de arado, diz a 1ª Leitura.

A distração, então, pode ser em dois sentidos: distrairmo-nos de Deus; ou distrairmo-nos do mundo. Por isso o Concílio Vaticano II avisa: “Afastam-se da verdade os que, sabendo que não temos aqui na terra uma cidade permanente, mas que vamos em demanda da futura, pensam que podem por isso descuidar os seus deveres terrenos, sem atenderem a que a própria fé ainda os obriga mais a cumpri-los, segundo a vocação própria de cada um. Mas não menos erram os que, pelo contrário, opinam poder entregar-se às ocupações terrenas, como se estas fossem inteiramente alheias à vida religiosa, a qual pensam consistir apenas no cumprimento dos atos de culto e de certos deveres morais. Este divórcio entre a fé que professam e o comportamento quotidiano de muitos deve ser contado entre os mais graves erros do nosso tempo”. (GS 43)

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