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Comunidades Terapêuticas e Modelo Terapêutico da Comunidade Terapêutica Encontro


Comunidades Terapêuticas

As comunidades terapêuticas para toxicodependentes tiveram a sua origem nos Estados Unidos, Santa Mónica, em 1958, com Charles Dederich e David Deitch que, a partir da experiência de Maxwell Jones, na Grã Bretanha, cerca de 5 anos antes, transpuseram para a abordagem da toxicodependência a ideia básica de Jones, que era a de capitalizar os recursos de toda a comunidade hospitalar, incluindo os próprios pacientes, para o tratamento.

Por iniciativa de um grupo de alcoólicos anónimos, a que se juntaram outros dependentes de opiácios, cria-se a primeira comunidade residencial – Synanon,  cuja filosofia de recuperação assenta na autocrítica, partilha de experiências e ajuda mútua.

A primeira comunidade terapêutica, propriamente dita, denominada “Daytop Village”, aparece logo em 1963, fundada pelo psiquiatra Daniel Casriel, entre outros, cujo modelo (movimento das Daytop americanas) em breve se difundiu de tal forma, que veio a influenciar decisivamente o movimento de criação de novas comunidades terapêuticas para adictos, em todo o mundo.

Em 1987 o então Diretor Regional do Sul do extinto CEPD, psiquiatra Domingos Neto, na sequência de uma viagem à Holanda, visita duas comunidades terapêuticas em Hoog Hullen e Breegwestee, onde este modelo, aí implementado, se encontrava em franco desenvolvimento. De imediato, se preocupa em encontrar os fundamentos teóricos de tal modelo, o que vem a descobrir precisamente na obra do psiquiatra Casriel  “A Scream a Way from Happiness”.

Logo no ano seguinte, Domingos Neto introduz este modelo na Comunidade Terapêutica do CEPD do sul, mais conhecida por Comunidade Terapêutica da Praça de Diu ou do Restelo.

É daí que, após exaustiva prospeção e estudo, a Cáritas Diocesana de Coimbra decide  adotá-lo na sua projetada Comunidade Terapêutica Encontro, seguindo, aliás,  o exemplo de outras suas contemporâneas, iniciativas de IPSS, dando início à sua atividade em 21 de Outubro de 1991, numa quinta, adquirida para o efeito, na aldeia de Casais de Cima, freguesia de Maiorca, concelho de Figueira da Foz, com capacidade para 16 utentes.

Atualmente a Comunidade Terapêutica Encontro tem um total de 32 camas licenciadas, das quais 25 convencionadas pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência.

Modelo Terapêutico da Comunidade Terapêutica Encontro

Tendo, pois, as Comunidade Terapêuticas nascido dos grupos de Auto Ajuda (AA, e mais tarde, NA), o grupo da Comunidade Terapêutica Encontro funciona e desenvolve a sua atividade, dentro e fora das instalações, de forma auto-organizada, na linha da responsabilização progressiva, em que os mais velhos, pela partilha de experiências e do testemunho, se ajudam uns aos outros e são uma referência e suporte para os mais novos. E esta é a base da filosofia dos AA e NA.

Assim, e numa perspetiva holística que compreende as vertentes biológica, psicológica, afetiva, social e existencial da pessoa humana e através da sua integração num ambiente estruturado de vida comunitária, de uma atenção personalizada e elaboração de um plano individual de tratamento, o modelo da Comunidade Terapêutica Encontro da Cáritas Diocesana de Coimbra integra elementos dos seguintes modelos terapêuticos:

•    Modelo Humanista com base no desenvolvimento integral da pessoa humana, dando especial importância à sua dignidade, aspirações e capacidades, enquanto centro e fim de toda a ação, e mediante a construção de valores, estilos  e alternativas de vida;
•    Modelo Hierárquico, na medida em que cada utente ocupa um lugar bem determinado na dinâmica e no grupo, onde exerce atividades e funções com níveis de responsabilidade crescente, mediante normas de funcionamento bem definidas, com vista ao desenvolvimento da autoestima, da autoconfiança e da autonomia;
•    Modelo de Auto Ajuda, assente em princípios fundamentais, dos grupos de autoajuda, tais como: abstinência total de substâncias psicoativas, mudança de estilo e filosofia de vida, auto responsabilização e terapia da realidade e do quotidiano.

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