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6 de maio – 5º domingo da páscoa

O enorme desafio de ser cristão

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto. Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem. Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido. A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos». (João)

 

O texto do evangelho de hoje situa-se na Última Ceia de Jesus, um texto que em João é carregado de sentimentos, emoções, exortações, símbolos, gestos… Naturalmente, é um discurso dirigido aos apóstolos, à Igreja, e não à multidão. Além disso, o relato da Última Ceia, em João, é composto por dois textos justapostos, o primeiro com destaque para o gesto da lavagem dos pés, para o “crescendo” da traição de Judas e para as emoções de Jesus diante desta traição anunciada, e o segundo para o mandamento do amor e para a oração sacerdotal. Ora João introduz esta segunda parte, o mandamento do amor e a oração sacerdotal, exatamente com esta imagem da videira.

Importa lembrar, porém, que – tal como a imagem do “pastor” (Evangelho do domingo passado) – também a imagem da “vinha” (e da “videira”) era muito comum no Antigo Testamento, normalmente aplicada ao povo de Deus, do qual o próprio Deus era o agricultor. Aí, no Antigo Testamento, normalmente a vinha aparece como sendo estéril (um povo que não dá frutos), apesar de todo o carinho e trabalho de Deus (o agricultor). O profeta Ezequiel, todavia, ampliara já esta imagem e fizera já uma distinção entre a cepa e os ramos, e condenara violentamente os ramos ao fogo por não darem fruto. Mas aí deixava-se de perceber a distinção entre o agricultor e a cepa. Ora, Jesus pega nestes três elementos (agricultor, cepa, ramos) e refaz uma imagem coerente:

                o Agricultor é Deus Pai;

                a Cepa é Jesus

                os Ramos são os cristãos.

O mais importante desta imagem é que resulta daqui uma nova relação entre os crentes (os cristãos) e Deus: esta relação é como que mediada, é como que tornada unicamente possível através de Jesus de Nazaré. É Deus quem poda, isto é, quem purifica os ramos bons, que dão fruto, para poderem dar mais fruto; é Deus quem corta e deita ao fogo os ramos que morreram e não dão fruto; mas para que os ramos possam dar fruto têm que estar unidos a Jesus Cristo, têm que absorver a seiva de Jesus Cristo, ou por outras palavras, têm que absorver o modo de viver, pensar e fazer de Jesus de Nazaré, e absorver de um tal modo que quando fazem o que quer que seja dão espontaneamente os frutos de Deus.

Mas para absorver esta seiva de Jesus é imprescindível escutar, estudar e seguir a sua “palavra”: “vós já estais limpos (podados), por causa da palavra que vos anunciei”; “se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós…”. Isto deve-nos fazer refletir seriamente, porque percebemos que ser cristão não é cumprir um conjunto de ritos ou de práticas, mas é viver, hoje, no nosso tempo e na nossa sociedade, com os critérios com que Jesus viveu no seu tempo e na sua sociedade.

Ou, como diz S. João naquele extrato que lemos da sua 1ª Carta (2ª Leitura): o cristão, como vide unida a Cristo, será aquele a quem o próprio coração não acusa, porque ama com obras e em verdade!

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