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8 de janeiro – domingo da Epifania do Senhor

Acabou o tempo das expetativas!

Os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho. (Efésios)

Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. «Onde está __ perguntaram eles __ o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O». Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo profeta: ‘Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’». Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-l’O». Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho. (Mateus)

 

        Sabemos que os “Evangelhos da infância” são teologia, são reflexão sobre o mistério de Jesus. E sabemos que, neste texto de Mateus, os “Magos” representam todos os povos do mundo; a estrela representa a Igreja chamada a ser sinal apontador de Cristo; Herodes representa os poderes instituídos, avessos à intervenção amorosa de Deus na história; os sacerdotes e escribas do povo representam o poder religioso, seguro do seu saber e cego à novidade de Deus. E sabemos que Herodes e toda a Jerusalém se perturbam enquanto os magos sentem grande alegria; que Jesus é reconhecido como Deus (incenso), como rei (ouro) e como homem (mirra); que quem encontra Jesus regressa à vida por outro caminho…

        Por outro lado, no seu conjunto, este texto do Evangelho apenas pretende reforçar o ensinamento da comunidade cristã dos tempos apostólicos sobre Jesus de Nazaré: Ele é verdadeiramente o Messias esperado; e com o Seu nascimento cumpriram-se os tempos messiânicos, os tempos em que Jerusalém seria reconhecida por todos os outros povos como uma cidade superior, e em que o seu rei receberia ofertas de todos os reis! Acabou o tempo das expetativas! A promessa de Deus foi cumprida!

        De qualquer modo, esta imagem messiânica dos povos que vêm adorar o Messias pode induzir-nos em dois erros:

        – erro sobre quem toma verdadeiramente a iniciativa. Podemos pensar que a iniciativa é desses povos. Mas não. É Deus que toma a iniciativa de ir ao encontro de todos os homens e de todos os povos. Os outros povos – diz Paulo aos Efésios – recebem a mesma herança, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa que o povo judeu, ao qual Jesus pertencia, mas a herança é dos bens de Deus, o corpo é da comunidade de Deus, a promessa é de Deus!

            – erro sobre quem verdadeiramente age. Parece que quem age são os Magos, que adoram, que oferecem presentes…, enquanto o Rei (Jesus) está quieto, apenas se deixando adorar. Mas não. Como lembra o Salmo, ao rei cabe governar com justiça, com equidade, socorrer os pobres e os miseráveis, ter compaixão dos fracos, defender a vida dos oprimidos! Aliás, poderíamos quase falar sobre um terceiro erro, porque podemos ser levados a pensar que ser rei é ser adorado, adulado, receber presentes! Mas não. Jesus é Rei porque serve o bem comum de todos. Só no texto do Salmo a palavra “pobres” repete-se três vezes! Jesus é reconhecido e adorado pelos outros povos porque é um Rei assim!

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