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Dia 25 de janeiro – 3º domingo Comum

Conversão e chamamento


A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas nos seguintes termos: «Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem que Eu te direi». Jonas levantou-se e foi a Nínive, conforme a palavra do Senhor. Nínive era uma grande cidade aos olhos de Deus; levava três dias a atravessar. (Jonas)

Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a proclamar o Evangelho de Deus, dizendo: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho». Caminhando junto ao mar da Galileia, viu Simão e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco a consertar as redes; e chamou-os. Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco com os assalariados e seguiram Jesus. (Marcos)

Na primeira parte do Evangelho temos um resumo das primeiras pregações públicas de Jesus na Galileia, pregação essa que consistia em pedir a conversão das pessoas para acolherem o reinado de Deus, que chegava. A propósito da conversão, vale a pena reparar num pormenor do texto de Jonas: também Jonas é enviado a pregar a conversão a uma cidade que “demorava três dias a atravessar”. “Três” quer dizer totalidade, tudo. Ou seja, Nínive demorava todo o tempo a atravessar, toda a vida a atravessar. A atitude de conversão é-nos pedida durante a vida toda, é necessária a vida toda, percorremos toda a vida a lutar pela nossa conversão e acabamos sempre carregando dimensões da vida ainda precisadas de salvação!

Na segunda parte do Evangelho temos o chamamento dos discípulos. Se nós compararmos este texto com o da semana passada, vemos que ambos falam do chamamento dos primeiros discípulos, mas dizem coisas diferentes. Na semana passada, o evangelista João colocava o chamamento de dois destes discípulos no deserto, à beira do rio Jordão: João e André tendo ouvido dizer a João Batista que Jesus era aquele que verdadeiramente tirava o pecado do mundo, seguiram Jesus por sua própria iniciativa. E, depois, teria sido André que fora chamar o seu irmão Simão e o apresentara a Jesus. Aqui, no relato de S. Marcos, é Jesus que toma a iniciativa de chamar, não no deserto, mas já na Galileia. Chama enquanto caminha, isto é, vai chamando; mas chama determinantemente. Por outro lado, a reação dos chamados é de uma resposta positiva imediata: “deixando logo” os seus afazeres e a sua família, “seguiram Jesus”.

A diferença de relato da mesma coisa entre os dois evangelistas permite-nos perceber que os evangelhos não são relatos jornalísticos de “como é que as coisas aconteceram”, mas sim catequese sobre “o que significa terem acontecido”. Os evangelhos, como toda a Bíblia, foram escritos por pessoas de fé para serem lidos por pessoas de fé. Se tivermos isto em conta, percebemos que aquilo que Marcos nos quer dizer é que cada um de nós é cristão ou cristã porque foi chamado ou chamada por Cristo. Não é porque é mais cumpridor dos mandamentos, ou mais inteligente, ou mais trabalhador, ou mais voluntário. Tudo isso pode ser importante, mas é-se cristão porque se foi chamado por Jesus de Nazaré. Nem há lugares ou tarefas mais santas do que outras para sermos chamados. Somos chamados na vida concreta, nas coisas que fazemos para ganhar o pão de cada dia. Para este chamamento, a resposta deve ser pronta, imediata, sem reticências. Porque quem chama é Nosso Senhor, é nosso Deus, é nosso Salvador. Mas, tal como a conversão, o chamamento não acontece de uma vez e ponto final. Acontece todos os dias, sempre, à medida que Jesus vai caminhando ao longo da história das nossas vidas.

Por último, o chamamento de Jesus não é só para sermos seus discípulos, mas para nos tornarmos pescadores de homens, missionários, evangelizadores. Neste sentido é interessante o pormenor de uns estarem a lançar as redes e outros a consertá-las. Nem os que as lançam pescam coisa alguma se elas estiverem rotas, nem os que as consertam pescam coisa alguma se nunca as lançarem ao mar. O facto de sermos todos chamados a ser discípulos e a ser missionários não significa que o façamos exatamente do meso modo. O importante é que todos respondam conforme as necessidades e as suas capacidades.

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