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24 de Janeiro – III Domingo do Tempo Comum

III DOMINGO DO TEMPO COMUM
Ne 8,2-4a.5-6.8-10; Sl 18 B; 1Cor 12,12-30; Lc 1,1-4;4,14-21

Um programa de vida para hoje

Já que muitos empreenderam narrar os factos que se realizaram entre nós, como no-los transmitiram os que, desde o início, foram testemunhas oculares e ministros da palavra, também eu resolvi, depois de ter investigado cuidadosamente tudo desde as origens, escrevê-las para ti, ilustre Teófilo, para que tenhas conhecimento seguro do que te foi ensinado. Naquele tempo, Jesus voltou da Galileia, com a força do Espírito, e a sua fama propagou-se por toda a região. Ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos. Foi então a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». (Lucas)

Um programa de vida para hoje

            No plano do evangelho de S. Lucas há toda uma primeira parte, longa e teológica, que introduz a reflexão própria de Lucas sobre o Mistério de Deus revelado em Jesus Cristo. Dessa parte constam:
            – os evangelhos da infância,
            – a visita ao templo aos 12 anos,
            – a pregação do Baptista e o baptismo de Jesus no Jordão,
            – a genealogia
            – as tentações de Jesus.
            Todos estes episódios são sobretudo reflexão teológica, que ajuda a situar o leitor perante a novidade que irrompeu na História: o Verbo de Deus Incarnado.
            A partir daqui, o evangelista vai começar a mostrar episódios concretos da vida de Jesus que mostram essa novidade de Deus. Para isso, Lucas traça um plano geográfico contínuo, que vai desde a terra onde Jesus “se tinha criado” até à terra onde vai morrer, o lugar chamado “Calvário”, em Jerusalém. Todos os episódios são situados ao longo desse “caminho”, que é caminho para a morte e ressurreição.
            O evangelho da missa de hoje é composto de duas partes: a primeira, uma explicação de Lucas sobre os motivos que o levaram a escrever o seu livro; a segunda, exactamente os episódios do início da caminhada de Jesus, o ponto de partida da sua missão: Nazaré. Temos neste relato, portanto, a 1ª actuação pública de Jesus.
            Mas como – citando um velho adágio – “o vento nunca é favorável àquele que não sabe para onde vai”, Lucas não se limita a dizer-nos que Jesus parte da sua terra, da sua vida comum, de junto dos seus amigos e conhecidos, dos seus “costumes”, mas diz-nos também qual é o rumo que toma, qual a orientação que quer dar à sua vida, qual o programa que assumiu para si mesmo. E o programa é: ser o servo de Deus, de que falava Isaías, para anunciar a boa nova aos pobres e a redenção aos cativos, dar a vista aos cegos, restituir a liberdade aos oprimidos e proclamar a paternidade amorosa de Deus.
 
            Ora, como nós já sabemos que os ouvintes desta pregação na Sinagoga de Nazaré o quiseram matar, pensamos logo que foi por ele querer impor-se-lhes como o Messias. Mas não. Em absoluto, o facto de Jesus assumir este programa de vida não significa que esteja a reivindicar ou a afirmar que é o Messias esperado. Afirma, sim, que ele quer fazer da sua vida uma resposta concreta de serviço à humanidade, em fidelidade absoluta ao amor de Deus; ou, para quem preferir, que ele quer fazer da sua vida uma resposta concreta de serviço a Deus, em fidelidade absoluta ao inteiro bem da humanidade. Por aqui, merece o aplauso unânime de todos os seus irmãos de fé!
            Nem o facto de ele dizer “cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura” significa que reivindique ser o Messias; trata-se de um “hoje de salvação”, que Lucas vai repetir muitas vezes, como um desafio de conversão permanente e inadiável. Jesus desafia os seus conterrâneos a converterem-se “hoje”, a deixarem o Espírito de Deus agir “hoje” neles, para fazerem da sua vida, também eles, uma mensagem de boa nova e libertação, de graça e de amor de Deus aos homens.
            Hoje é mesmo 2010! A profecia de Isaías cumpre-se hoje quando cada um de nós toma como programa da sua vida este programa que Jesus tomou para a sua.
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