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9 de Maio – 6º Domingo da Páscoa

Act 15, 1-2.22-29; Sl 66; Ap 21, 10-14.22-23; Jo 14, 23-29

É assim a Igreja!

         Naqueles dias, alguns homens que desceram da Judeia ensinavam aos irmãos de Antioquia: «Se não receberdes a circuncisão, segundo a Lei de Moisés, não podereis salvar-vos». Isto provocou muita agitação e uma discussão intensa que Paulo e Barnabé tiveram com eles. Então decidiram que Paulo e Barnabé e mais alguns discípulos subissem a Jerusalém para tratarem dessa questão com os Apóstolos e os anciãos. Os Apóstolos e os anciãos, de acordo com toda a Igreja, decidiram escolher alguns irmãos e mandá-los a Antioquia com Barnabé e Paulo.». (Actos dos Apóstolos)

          Jesus respondeu-lhe: «Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Quem Me não ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou. Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco.  Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse. Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. Ouvistes que Eu vos disse: Vou partir, mas voltarei para junto de vós. Se Me amásseis, ficaríeis contentes por Eu ir para o Pai, porque o Pai é maior do que Eu. Disse-vo-lo agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, acrediteis» (João)

É assim a Igreja!

         O clima da Igreja primitiva está longe de ser pacífico. Pelo contrário, está carregado de tempestades, umas vindas de fora, outras geradas de dentro.
 
         O Evangelho da missa de hoje deixa transparecer ecos das tempestades vindas de fora: “a paz que eu vos dou não é a paz como o mundo a dá”, diz Jesus. Então que paz é essa?! A paz interior, a paz de quem sabe que está na verdade, a paz de quem se sente em comunhão plena com Deus, cheio do Seu Santo Espírito…; é a paz de Jesus diante de Caifás, diante de Herodes, diante de Pilatos! Mas quanto à concepção de paz que o mundo tem, é guerra mesmo: perseguição, prisão, tortura, morte…, novamente como Jesus! A paz que Jesus dá aos seus discípulos é carregada de perseguição, violência e morte!
 
         No meio desta contradição, entre viverem intensamente a Paz de Deus, tal como a reconheceram em Jesus, e ser intensamente perseguidos e vítimas de violência, os cristãos interrogam-se: “mas porque é que Jesus não ilumina também os nossos inimigos, de modo que eles sintam a mesma paz que nós sentimos e deixem de nos perseguir?!”. De facto, segundo S. João, Jesus faz este discurso que lemos hoje para responder a essa pergunta concreta, colocada na boca de Judas Tadeu. E a resposta de Jesus não foge muito disto: o acolhimento da sua Palavra não se impõe de fora, por uma força extraordinária de Deus, mas apenas pode acontecer a partir do coração do próprio homem. E há quem acolha e quem não acolha! Aos cristãos não resta outra alternativa senão olharem para o exemplo de Jesus, que também foi rejeitado e morto, mas todavia ressuscitou e está vivo junto do Pai. Na vida, morte e ressurreição de Jesus, relidas sob a sabedoria do Espírito Santo, os cristãos hão-de encontrar forças para manter a paz interior profunda, mesmo no meio das maiores perseguições, da maior violência… Por isso Jesus acrescenta: “não se perturbe nem se intimide o vosso coração”.
 
                A primeira leitura apresenta-nos uma das muitas tempestades provocadas a partir de dentro! Como se não bastasse a perseguição e a violência a partir de fora, os primeiros cristãos envolveram-se também em intensas discussões internas, às vezes até à ruptura, quer por causa da doutrina, quer por causa dos costumes. Quanta diplomacia, quanto cuidado, quanta negociação estiveram envolvidas neste caso concreto aqui narrado!… É a igreja a instituir-se! E não há Igreja sem instituição, nem instituição sem guerrilhas internas!
 
                É assim a Igreja! Fustigada de fora, agitada por dentro, mas sempre buscando e encontrando aquela Paz que Jesus lhe dá pelo seu Espírito, Paz que a transforma real e profundamente na Nova Jerusalém descrita pelo Apocalipse (2ª Leitura).
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