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3 de junho – domingo da Santíssima Trindade

Resumo e projeto do Evangelho de Jesus, segundo Mateus

Os Onze discípulos partiram para a Galileia, em direção ao monte que Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvidaram. Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos». (Mateus)

O texto do Evangelho deste domingo da Santíssima Trindade é a conclusão do evangelho de S. Mateus. Por isso, de algum modo, faz um resumo do significado da vida, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré e, depois, abre as grandes perspetivas de futuro. Assim, cada palavra é quase uma lição por si só.

Os “Onze”, mais do aquele grupo restrito de apóstolos, significa a Igreja. Mateus não perde uma oportunidade de suscitar e congregar a Igreja e lhe provocar o desafio da fé no Ressuscitado.

Depois, havemos de notar o “regresso à Galileia”. Para Mateus, a paixão, morte e ressurreição em Jerusalém (na Judeia) iluminam, credibilizam, a vida de Jesus e o seu ensino na Galileia. Mais do que para os outros evangelistas, para Mateus o Jesus que somos chamados a acreditar e a seguir é o Nazareno que pregou na Galileia um novo modo de relação de Deus com os homens e dos homens com Deus. Para Mateus, ser Igreja ou deixar de ser Igreja é antes de mais a adesão ou a recusa da doutrina e prática deste galileu, chamado Jesus.

Isso percebe-se mais ainda na referência ao “monte” (montanha): uma das tentações do diabo foi no alto de um monte; a transfiguração foi no alto de um monte; sobretudo o sermão das bem-aventuranças e do novo espírito da Lei (que em Mateus ocupa três capítulos do evangelho!) foi no alto de um monte. A Igreja (Onze) nasce da nova Aliança (monte da transfiguração) para fazer o que Jesus fez e ensinar o que Jesus ensinou (monte das Bem-aventuranças), recusando sempre adorar falsos deuses (monte das tentações). De facto, o monte da Galileia onde Mateus situa este relato não é um qualquer; não é aquele do Sinai, da antiga lei; nem aquele do diabo…; mas aquele “que Jesus indicara”, o que em Mateus é claro: o das bem-aventuranças. Não o monte em si, evidentemente, mas a atitude que Jesus ali expressara: ouvir as suas palavras e pô-las em prática. (cfr. Mt 7, 24).

Diz depois o texto que os Onze adoraram Jesus. Ora, só Deus pode ser adorado! Introduzindo este verbo, Mateus afirma a divindade de Jesus de Nazaré. A doutrina daquele galileu é a doutrina do próprio Deus. É por isso que deve ser seguida como a Nova Lei de Deus. Mas ao conhecimento e à prática da doutrina junta-se sempre a adoração explícita do Senhor Jesus, a quem todo o poder foi dado.

Mais complicado é Mateus dizer que alguns discípulos, depois de O adorarem, depois de O terem reconhecido como Deus, ainda duvidavam e, pior ainda, deixar essa dúvida sem nenhuma resposta. Não há nenhuma explicação satisfatória para esta afirmação aqui. Poderia ser só uma chamada de atenção para as dúvidas pós-pascais dos discípulos, que Mateus ainda não referira antes. Mas, num texto de resumo, antes parecerá mais uma indicação de que a fé em Jesus como Deus não é feita de evidências, mas de dúvidas, de procuras, de aceitação do mistério de Deus…, de um Deus que toma a iniciativa, Ele próprio, de se aproximar de nós através de Jesus!

Nas perspetivas de futuro, Mateus releva a missão e a promessa. Jesus confia aos Onze (isto é, à Igreja; isto é, a nós) uma missão: o ensino a todas as nações e o batismo na formulação trinitária: “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. A Igreja existe para isto: para ensinar todos os homens e mulheres a cumprirem tudo quanto Jesus de Nazaré nos mandou e para batizar, para integrar – pela própria Graça de Deus – todos os homens na vida íntima da Santíssima Trindade.

Mateus encerra o seu evangelho com a Promessa: “Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos”. Também hoje, entre nós, aqui.

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