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13 de maio – 6º domingo da páscoa

Os testemunhos de Pedro e de Jesus

Pedro chegou a casa de Cornélio. Este veio-lhe ao encontro e prostrou-se a seus pés. Mas Pedro levantou-o, dizendo: «Levanta-te, que eu também sou um simples homem». Pedro disse-lhe ainda: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz aceção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável». Ainda Pedro falava, quando o Espírito desceu sobre todos os que estavam a ouvir a palavra. E todos os fiéis convertidos do judaísmo, que tinham vindo com Pedro, ficaram maravilhados ao verem que o Espírito Santo se difundia também sobre os gentios, pois ouviam-nos falar em diversas línguas e glorificar a Deus. Pedro então declarou: «Poderá alguém recusar a água do Batismo aos que receberam o Espírito Santo, como nós?» E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo.  (Atos dos Apóstolos)

«Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor. […] É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. (João)

 

A 1ª Leitura narra-nos um dos mais decisivos acontecimentos da Igreja primitiva: o salto do anúncio da ressurreição de Jesus de Nazaré exclusivamente aos judeus para os não judeus. O feliz contemplado com este primeiro anúncio para fora das muralhas culturais do judaísmo é Cornélio, um chefe militar romano – um centurião.

Aquilo que S. Lucas (autor do livro dos Atos dos Apóstolos) quer fazer notar com este batismo de Cornélio é qualquer coisa de parecido com aquilo a que nós hoje chamamos “sucessão apostólica”. A questão é esta: aqueles discípulos que conviveram fisicamente com Jesus estavam sobretudo (ou exclusivamente) preocupados com o anúncio da ressurreição de Jesus aos judeus, enquanto Paulo e Barnabé cedo perceberam que o evangelho devia ser anunciado também aos gentios. Como é sabido, houve mesmo um acordo entre Pedro, Tiago, João, Paulo e Barnabé, no sentido de Pedro, Tiago, João e os outros apóstolos continuarem a  dedicar-se aos judeus, e de Paulo e Barnabé se dedicarem aos gentios. Mas quando este acordo foi feito, Paulo e Barnabé já andavam, de facto, a pregar entre os gentios e a batizá-los. Mas então, com que autoridade? Se eles nem sequer foram discípulos, se eles nem sequer conviveram pessoalmente com Jesus de Nazaré?!

A resposta de S. Lucas (que, depois de Barnabé, vai ser o grande companheiro de Paulo) é esta: com a autoridade do próprio Pedro, com a autoridade daquele que recebeu diretamente do Senhor ressuscitado o encargo de apascentar as ovelhas e os cordeiros do Pai. Com este batismo de Cornélio (aliás fortemente contestado pelos outros apóstolos quando Pedro voltou a Jerusalém!), Pedro deu a sua autoridade apostólica máxima ao anúncio do Jesus de Nazaré também aos gentios. Entregou a Paulo e Barnabé um “testemunho”. (Testemunho é aquele pau que os atletas passam uns aos outros nas corridas de estafetas). A pregação de Paulo, Barnabé ou do próprio Lucas, não assenta assim no vazio, não nasce do nada ou de alguma presunção de serem mais santos que os apóstolos que conviveram socialmente com Jesus de Nazaré. A sua pregação aos gentios é “tomada de testemunho”, é continuidade apostólica, e como continuidade, não é usurpação, mas antes obrigação.

Uma palavra para o Evangelho, cujo texto é retirado da continuidade do evangelho da cepa e dos ramos que lemos a semana passada: depois de dizer que Ele é a vide através da qual a seiva do amor de Deus chega aos discípulos, exortando-os insistentemente a “permanecerem “ n’Ele, Jesus desenvolve agora uma nova relação de amor: o amor fraterno, o amor mútuo entre os que se reclamam de seus discípulos. Mas como o amor é dom gratuito, liberdade pura – o amor não pode ser mandado! – Jesus não manda de fora, mas dá o “testemunho” do Seu amor pelos discípulos como acolhimento do amor do Pai. O amor fraterno dos cristãos não é obediência a um mandamento, mas transparência das relações de amor entre o Pai e o Filho.

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