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4 de dezembro – 2º domingo do advento

Grita com voz forte, arauto de Sião!

Sobe ao alto dum monte, arauto de Sião! Grita com voz forte, arauto de Jerusalém! Levanta sem temor a tua voz e diz às cidades de Judá: «Eis o vosso Deus. O Senhor Deus vem com poder, o seu braço dominará. Com Ele vem o seu prémio, precede-O a sua recompensa». (Isaías)

Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Está escrito no profeta Isaías: «Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o teu caminho. Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’». Apareceu João Baptista no deserto a proclamar um baptismo de penitência para remissão dos pecados. Acorria a ele toda a gente da região da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém e eram baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. João vestia-se de pêlos de camelo, com um cinto de cabedal em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. E, na sua pregação, dizia: «Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu, diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias. Eu baptizo-vos na água, mas Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo». (Marcos)

 

            Este texto é o início do evangelho de Marcos. Tal como dissemos no domingo passado, Marcos com pouquíssimas palavras diz tudo o que há a dizer sobre o assunto de que quer falar. Assim, neste pequeníssimo texto podemos encontrar várias ideias bastante diferentes entre si. Começa por dizer aquilo de que vai falar: vai falar do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.  A palavra “evangelho” quer dizer, literalmente, boa-mensagem, boa-nova, feliz notícia. Era uma palavra já usada pelos gregos para se referirem a um certo tipo de mensagens, proclamadas no meio das praças pelos emissários de alguém com poder importante, normalmente o imperador. Por isso o Cardeal Ratzinger (Bento XVI), no seu livro sobre Jesus de Nazaré, diz que a força dessa alegria, dessa bondade da mensagem, não residia tanto no conteúdo da mensagem em si mesmo, mas sobretudo na garantia que dava a autoridade de quem a mandava proclamar de que seria cumprida. Era certamente uma mensagem positiva, mas o que a tornava motivo de alegria para os ouvintes era saber que ela seria cumprida, porque quem a mandava proclamar tinha autoridade para a fazer cumprir.

            Então, Marcos assume-se a si mesmo como o mensageiro, como o “arauto de Sião que grita com voz forte” uma mensagem que é boa-nova, que é motivo de alegria para os seus ouvintes/leitores, certamente porque é positiva, mas sobretudo porque é uma mensagem de alguém que tem toda a autoridade para a fazer cumprir. Esse alguém é “Jesus Cristo, Filho de Deus”.

            E evidencia essa autoridade dando a Jesus (que é o verdadeiro autor da mensagem) dois títulos: o título de Cristo e o título de Filho de Deus. O título de Cristo quer dizer que este Jesus é o Messias esperado por todo o povo judeu ao longo dos séculos, como o enviado de Deus para fazer uma nova Aliança entre Deus e o Povo; o enviado para libertar o Povo de todas as espécies de opressão. Mas Marcos vai mais longe, e dá-lhe logo o título de Filho de Deus. Para Marcos, que escreverá pelos anos 60, Jesus não é só o mediador de uma aliança entre Deus e o Povo, à maneira de Moisés, mas é o próprio Deus, na pessoa do Filho, que desce a fazer uma Nova Aliança com toda a humanidade. Cumpre as Promessas, mas é imensamente mais do que aquilo que as Promessas deixavam antever.

            De resto, o título “Filho de Deus” será dos mais importantes em Marcos; enquanto Jesus tenta continuamente esconder esta sua identidade divina das pessoas com quem se cruza, o Pai do Céu apressa-se a revelá-la no batismo, os demónios temem-lhe a força, o chefe daqueles que O matam (o centurião) resume nesses termos a vida dele: “Filho de Deus”. Por isso podemos mesmo alegrar-nos: a sua mensagem é “Evangelho” – é mensagem de libertação e vai cumprir-se em absoluto!

            Depois, Marcos insere Jesus na História da Salvação através dos profetas. Para isso apresenta João Batista como profeta (vestuário, alimentação e estilo de vida) e o maior dos profetas, pois nele se cumprem as profecias dos outros que o antecederam. Mesmo assim, sendo o maior dos profetas, não é digno de desatar as correias das sandálias de Jesus. Jesus é, em absoluto, a Palavra definitiva de Deus.

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