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20 de Abril – domingo de Páscoa

O dia que mudou toda a História


Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: «Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo que João pregou: Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando a todos os que eram oprimidos pelo Demónio, porque Deus estava com Ele. Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém; e eles mataram-n’O, suspendendo-O na cruz. Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-Se, não a todo o povo, mas às testemunhas de antemão designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado dos mortos. Jesus mandou-nos pregar ao povo e testemunhar que ele foi constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos. É d’Ele que todos os profetas dão o seguinte testemunho: quem acredita n’Ele recebe pelo seu nome a remissão dos pecados». (Atos dos Apóstolos)

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. (João)

A ressurreição de Jesus não é palpável; pertence a outra ordem das coisas, que está para além da matéria; pertence à ordem de Deus. Por isso, necessariamente, não há testemunhos da ressurreição. Há testemunhos apenas do espanto com o sepulcro vazio; e, depois, das aparições do Elevado e Ressuscitado; e também o testemunho do modo como cada um acolheu esta coisa totalmente nova e única na História: um morto que retoma a sua vida em glória total. Mas da Ressurreição em si mesma, não há nem poderia haver nenhum testemunho.

Por isso, o sepulcro vazio é o dado mais visível de todos os acontecimentos que giram em torno da ressurreição de Jesus. É irrefutável: ele não está lá! Para essa ausência há apenas duas explicações possíveis: ou a macabra, ou a da fé. A macabra dirá: se não está lá, é porque alguém o tirou por algum interesse particular (os seus discípulos…, o hortelão…). A da fé dirá: ele ressuscitou de entre os mortos, conforme as Escrituras.

O relato de João que lemos hoje situa-se entre essas duas respostas: no domingo de manhã, ainda escuro, Maria Madalena – provavelmente acompanhada por outras mulheres – foi ao sepulcro e encontrou-o vazio. Alarmada, corre a avisar Pedro e João. Pedro e João correm para o sepulcro. Trata-se de duas cenas a toda a velocidade possível, tanto que João nem sequer abranda para o ritmo de Pedro. Mas toda esta correria nasce apenas do choque perante a hipótese de um acontecimento macabro, pois “ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos”. Seja como for, tal correria apenas os leva ao encontro dos despojos: as ligaduras e o sudário que tinham servido para colocar Jesus no sepulcro. Jesus já lá não estava! Pedro parece ficar preso à hipótese macabra, fria e racional; João aposta na hipótese da fé, quente e emocional. As aparições do Ressuscitado vão depois fazer a ponte para uma fé ao mesmo tempo quente e racional, que se reflete na pregação dos apóstolos (1ª Leitura) e na teologia paulina (2ª Leitura).

Uma palavra ainda sobre o discurso de Pedro que lemos. É um dos mais perfeitos exemplos da chamada pregação kerigmática: congrega numa única unidade a história, a revelação de Deus, a vida, morte e ressurreição de Jesus e a salvação oferecida por Deus a quem, pelo nome de Jesus, se arrepender dos pecados. Aparece no Livro dos Atos dos Apóstolos como a resposta de Pedro àqueles cristãos, ainda muito judaizantes, que criticavam a sua “abertura” em casa de um pagão. Pedro explica-lhes que a partir da Ressurreição de Jesus toda a História mudou; Deus deixou de ser pertença de um grupo “fechado” e passa a ser “pertença” de todos os que acolhem Jesus, o Ungido de Deus.

Morrendo, escapa ao poder humano. Agora o Pai já pode agir poderosamente. E age! Que ao nome de Jesus todos se ajoelhem, no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua o proclame O Senhor!

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