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27 de abril – segundo domingo da páscoa

Para que tenhamos a vida em seu nome!


Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome. (João)

O evangelho de João apresenta duas conclusões justapostas (aliás, o mesmo se passa com o relato da Última Ceia). Quer dizer que foi um texto muito elaborado, e com tal riqueza que o autor (ou a comunidade cristã) que lhe deu a estrutura final resolveu justapor esses textos, sem omitir nenhum deles, nem sequer os fundir, para não perder a sua riqueza, a sua profundidade, a sua força. O texto que lemos hoje é uma dessas duas Conclusões.

Em rigor, a conclusão é só a parte final, quando João diz porque escreveu o evangelho: “para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome”. A consciência que os evangelhos têm desta finalidade é muito importante: são textos escritos por pessoas de fé para alimentar a fé e a vida na fé de outros crentes; portanto, só podemos pedir aos evangelhos respostas de fé e na fé; respostas de alimento da nossa vida à luz da nossa crença em que aquele galileu de nome Jesus, que morreu crucificado sob o julgamento do pretor romano Pôncio Pilatos, é o Salvador universal, o Filho de Deus, o meu Senhor e o meu Deus.

Ou seja, é o evangelho que nos julga – exatamente a partir destes textos escritos, tais como os conhecemos – e não nós que julgamos o evangelho. Podemos e devemos certamente estudar os evangelhos, aprofundar os seus contextos, descobrir as suas condicionantes culturais, perceber a personalidade dos seus redatores, decompô-los em estruturas analíticas, sistematizar as suas fontes, tudo isso. Mas tudo isso só serve a uma coisa: a deixarmo-nos ser mais profundamente julgados por estes textos, cuja finalidade é que acreditemos que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhamos a vida em seu nome. A vida eterna, certamente, mas também já esta, vivida com os seus critérios, os seus valores, os seus sonhos!

Em absoluto, não se é cristão, enquanto atitude religiosa e humana conscientemente assumida, sem se deixar julgar pelos evangelhos – não por códigos morais, códigos legais, práticas religiosas…, mas pelos evangelhos, pelos relatos testemunhais do que aconteceu com Jesus de Nazaré, no seu nascimento, sua vida, morte e ressurreição.

A este propósito, vale a pena reparar que os sinais que Tomé pede para acreditar na Ressurreição não são sinais da divindade de Jesus (como seria talvez ele entrar na sala com as portas fechadas!), mas os sinais da sua humanidade: o lugar dos cravos nas suas mãos, o buraco provocado pela lança no seu peito. E não só essas feridas, como a possibilidade de as tocar fisicamente. É isto que os evangelhos nos oferecem: a possibilidade de ainda hoje tocarmos, em certo sentido fisicamente, Jesus de Nazaré, para que, descortinando a sua humanidade, reconheçamos a sua divindade e lhe possamos responder de coração limpo e aberto: “meu Senhor e meu Deus”.

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