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4 de maio – 3º domingo da páscoa

Pararam com ar muito triste


Dois dos discípulos de Jesus iam a caminho duma povoação chamada Emaús, que ficava a duas léguas de Jerusalém. Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido. Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho. Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem. Ele perguntou-lhes. «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?». Pararam, com ar muito triste, e um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou estes dias». E Ele perguntou: «Que foi?». Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de madrugada ao sepulcro, não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas a Ele não O viram». Então Jesus disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?». Depois, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito. Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus fez menção de ir para diante. Mas eles convenceram-n’O a ficar, dizendo: «Ficai connosco, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite». Jesus entrou e ficou com eles. E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n’O. Mas Ele desapareceu da sua presença. (…) Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles, que diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão. (Lucas)

Lucas é o evangelista do caminho: para ele a adesão a Jesus de Nazaré é sempre um ato de caminhar, de subir, de crescer na fé. Mas havemos de aceitar que caminhar por caminhar pode não levar a lado nenhum, ou pode levar-nos para o sítio errado. Assim parecia acontecer com estes dois discípulos. Perdida a sua referência – Jesus de Nazaré – caminham para Emaús, a duas parcas léguas de Jerusalém, quando o caminho a partir de agora é para ser feito “até aos confins do mundo”.

Ao choque daquele vazio de sentido, daquela falta de direção, junta-se o choque da ignorância absurda daquele companheiro de viagem, que aparenta ser o único a desconhecer o que acontecera em Jerusalém por aqueles dias. (Na realidade, era o único a saber com toda a verdade o que lá tinha acontecido!). O choque é de tal ordem que os obriga a parar, com ar muito triste: se não se realizaram os sonhos, ao menos que seja universal a notícia do fracasso! Ao menos que possamos ter esse pequeno ganho daquela grande perda. Um ignorante daquele fracasso, mesmo que só um, apenas o agiganta ainda mais…

Precisam de explicar concisa e rapidamente a esse companheiro do caminho os dados da questão: “Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo” fora condenado à morte e crucificado. Depois disso sobrou apenas um enorme alvoroço pela sua não presença. Mas a ele, ninguém mais o viu.

E, aqui, chegamos ao ponto da questão: a Jesus ressuscitado ninguém vê com olhos humanos. Mas se assim é, então, como o podemos conhecer, como podemos saber que ressuscitou realmente, como podemos vê-lo com os olhos da fé? Resposta de Lucas:
1 – Pelo estudo profundo da Palavra de Deus (explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito);
2 – Pela celebração comunitária dos sacramentos, nomeadamente da Eucaristia (tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n’O).
3 – pelo acolhimento do testemunho, que vem desde a primeira hora, de pessoas credíveis (os Onze diziam: “na verdade o Senhor Ressuscitou e  apareceu a Simão”).

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