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Cáritas de Coimbra aposta em projetos na comunidade para atingir uma sociedade mais inclusiva

O envelhecimento populacional é uma realidade verificada em todos os países da União Europeia (UE), constituindo-se como um fenómeno demográfico – mas também social, económico, cultural e de saúde – que impõe novos desafios. Segundo o Eurostat[1], em 2018, quase um quinto da população da UE tinha 65 anos ou mais. Só na última década, observou-se um aumento de 2,6 pontos percentuais, prevendo-se que até 2100 as pessoas com 65 anos ou mais representem 31,3 % da população da UE.

Esta tendência traz a necessidade de encontrar novas respostas. A sociedade tem de estar organizada para aproveitar e incluir as pessoas mais velhas, melhorando a sua qualidade de vida e atenuando o isolamento social em que vivem. Percebendo isto, a Cáritas Diocesana de Coimbra, aliada a outras entidades, tem vindo a apostar em projetos que envolvam toda a comunidade no processo de envelhecimento. Só nos últimos meses, iniciou vários projetos que envolvem não só os beneficiários diretos/primários – pessoas mais velhas – como também os seus cuidadores formais e informais e outros stakeholders como entidades da área da saúde, autoridades políticas, seguradoras, investigadores, cidadãos e organizações da comunidade, entre outros.

Um exemplo é o PHArA-ON, um piloto de larga escala, desenvolvido por 42 parceiros europeus, que pretende criar um conjunto de plataformas abertas e integradas onde os cidadãos mais velhos, cuidadores formais (profissionais de saúde e da área social) e informais (familiares e amigos próximos) e outras organizações da comunidade possam interagir proporcionando melhor saúde física, mental e bem-estar. Também o VALUECARE, com um consórcio de 17 entidades, pretende criar uma solução digital disponível para os cuidadores formais e informais, no âmbito da integração de cuidados.

Apesar do cidadão mais velho continuar a ser o foco principal, há a preocupação de envolver e interligar todos os que têm algum tipo de influência no seu dia-a-dia. O PlatformUptake.eu também é exemplo disso. Desenvolvido por 12 entidades, pretende identificar o ecossistema de plataformas “open service” existentes, promovendo sinergias entre as respetivas redes e os projetos relacionados nos domínios do envelhecimento ativo e da IoT – Internet of Things.

Estes três projetos são financiados pelo programa Horizonte 2020 da União Europeia. Já o Programa Europeu AAL e, em Portugal, a FTC – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, financiam o projeto DIANA, que é direcionado para os enfermeiros de pessoas com demência. O projeto está a ser desenvolvido por 7 entidades e visa ajudar estes profissionais de saúde a otimizarem os seus procedimentos de trabalho, através da utilização de sensores de inteligência artificial 3D.

A nível nacional, a Cáritas de Coimbra tem o projeto Cons©elhos de Repórteres 55+, financiado pelo programa BPI “la Caixa” Rural 2019, que envolve a comunidade num âmbito mais local. Este projeto demonstra que também é possível integrar os cidadãos mais velhos na comunidade sem ter por base as tecnologias, já que o contacto humano e a socialização são essenciais. A iniciativa procura capacitar pessoas com 55 anos ou mais, residentes em zonas rurais, para que façam o levantamento das condições que necessitam de ser melhoradas, na sua localidade, para a sua qualidade de vida. O projeto irá ajudar estes cidadãos a sumariarem as suas necessidades e propostas de melhoria e apresentá-las às autoridades competentes e/ou mobilizarem possíveis soluções. Desta forma, envolve toda a comunidade num processo de melhoria da qualidade de vida dos cidadãos mais velhos, incluindo os responsáveis políticos. Este projeto quer “tirar” as pessoas mais velhas de casa e promover o relacionamento e interação social, diminuindo o isolamento em que vivem e, consequentemente, melhorando o seu bem-estar (mental e físico).

O envelhecimento demográfico por si só não é um problema social, mas a ausência/inadequação das respostas às necessidades das pessoas e a falta de articulação destas respostas com a sociedade civil já o são. Estes projetos pretendem, de diferentes formas, cruzar a vida dos mais novos com a dos mais velhos, encontrando soluções que se adaptem às novas realidades. É preciso promover Ambientes Saudáveis, Inteligentes e Amigáveis. É preciso criar comunidades conscientes, inclusivas, participativas, interativas e coesas. Para isso, é fundamental adaptar a prestação dos serviços de saúde, mas também investir nas relações sociais. Só trabalhando estes dois contextos é que se consegue efetivamente melhorar a qualidade de vida dos cidadãos mais velhos.

Um exemplo a relembrar é o GrowMeUp, projeto recentemente abordado num documentário televisivo. O GrowMeUp foi desenvolvido entre 2015 e 2018, com financiamento do programa Horizonte 2020, e destinou-se a desenvolver um robô inovador que pudesse apoiar os cidadãos com 65 anos ou mais nas suas atividades de vida diária, compensando a deterioração constante da capacidade cognitiva e garantindo a prestação de serviços e a qualidade de vida durante todo o processo de envelhecimento. Veja o documentário “La cuarta revolución – Episódio 4″ AQUI (12m14s-15m05s: GrowMeUp).

 

 

 

[1] https://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php?title=Population_structure_and_ageing/pt#As_tend.C3.AAncias_passadas_e_futuras_do_envelhecimento_demogr.C3.A1fico_na_UE

 

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